segunda-feira, 31 de maio de 2010

A direita, enfim, achou seu candidato

Depois do Mercosul, o novo alvo de Serra é a Bolívia. Para azar do pré-candidato tucano e sorte do Brasil e do mundo, a era Bush chegou ao fim. Algum assessor com um mínimo de lucidez e informação bem que poderia avisá-lo das mudanças que estão em curso no mundo. Mas se o ex-governador de São Paulo decidiu abraçar por inteiro a agenda da direita no Brasil, na América Latina e nos Estados Unidos, faz sentido ele lutar pela restauração da velha ordem. Pode-se dizer, então, que, enfim, a direita achou um candidato à presidência do Brasil.

Editorial - Carta Maior

“A questão”, ponderou Alice, “é saber se o senhor pode fazer as palavras dizerem tantas coisas diferentes”.
“A questão”, replicou Humpty Dumpty, “é saber quem é que manda. É só isso”.
Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas (cap.6).

As declarações do ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, acusando o governo boliviano de ser “cúmplice de traficantes”, além de levianas e irresponsáveis, podem acabar se voltando contra o próprio autor. Pela lógica da argumentação de Serra, não seria possível a exportação de cocaína a partir da Bolívia sem a conivência e/ou participação das autoridades daquele país. Bem, se é assim, alguém poderia dizer também que Serra é cúmplice do PCC (Primeiro Comando da Capital), da violência e do tráfico de drogas em São Paulo. “Você acha que toda violência e tráfico de drogas em São Paulo seria possível se o governo de lá não fosse cúmplice?” – poderia perguntar alguém, parafraseando Serra.

Neste mesmo contexto, cabe lembrar ainda as declarações do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, preso em 2007 no Brasil, que, em um depoimento à Justiça Federal em São Paulo, disse: “Para acabar com o tráfico de drogas em São Paulo, basta fechar o Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos)”. As denúncias de um traficante valem o que ele vale. Neste caso valeram, ao menos, o interesse da Justiça Federal em investigar a possibilidade de ligação entre o tráfico de drogas e a corrupção policial, possibilidade esta que parece não habitar o horizonte de Serra. O pré-candidato foi governador de São Paulo, mas afirma não ter nada a ver com isso. A culpa é da Bolívia.

Há método na aparente loucura do pré-candidato do PSDB. O fato de ter repetido as acusações levianas contra o governo de um país vizinho – e amigo, sim – do Brasil mostra que Serra acredita que pode ganhar votos com elas. Trata-se de um comportamento que revela traços interessantes da personalidade do pré-candidato e da estratégia de sua candidatura. Em primeiro lugar, mostra uma curiosa seletividade geográfica: em sua diatribe contra governos latino-americanos, Serra esqueceu de acusar a Colômbia como “cúmplice do narcotráfico”. Esquecimento, na verdade, que expõe mais ainda o caráter leviano da estratégia. Trata-se, simplesmente, de atacar governos considerados “amigos” do governo brasileiro.

Em segundo lugar, mostra uma postura irresponsável do pré-candidato, tomando a palavra aí em seu sentido literal, a saber, aquele que não responde por seus atos. Antes de apontar o dedo acusador para o governo de um país vizinho, Serra poderia visitar algumas ruas localizadas no centro velho de São Paulo que foram tomadas por traficantes e dependentes de drogas. Serra já ouviu falar da Cracolândia? Junto com a administração Kassab, um governo amigo como gosta de dizer, fez alguma coisa para resolver o problema? Imagine, Sr. Serra, 200 pessoas sob o efeito do crack gritando sob a sua janela, numa madrugada interminável ... Surreal? Na Cracolância é normal. E isso ocorre na sua cidade, não na Bolívia. Ocorre na capital do Estado onde o senhor foi eleito para governar e trabalhar para resolver, entre outros, esse tipo de problema. Mas é mais fácil, claro, acusar outro país pelo problema, ainda mais se esse outro país for governado por um índio.

E aí aparece o terceiro e mais perverso traço da estratégia de Serra: um racismo mal dissimulado. Quem decide apostar na estratégia do vale-tudo para ganhar um voto não hesita em dialogar com toda sorte de preconceito existente em nossa sociedade. Acusar o governo de Evo Morales de ser cúmplice do tráfico, além de ignorar criminosamente os esforços feitos atualmente pelo governo boliviano para combater o tráfico, aposta na força do preconceito contra Evo Morales, que já se manifestou várias vezes na imprensa brasileira por ocasião das disputas envolvendo o gás boliviano. Apostando neste imaginário perverso, acusar um índio boliviano de ser cúmplice do tráfico de drogas parece ser “mais negócio” do que acusar um branco de classe média que sabe usar boas gravatas. Alguém com Álvaro Uribe, por exemplo...

E, em quarto, mas não menos importante lugar, as declarações do pré-candidato tucano indicam um retrocesso de proporções gigantescas na política externa brasileira, caso fosse eleito presidente da República. Mais uma vez aqui, há método na loucura tucana. Não é por acaso que essas declarações surgem no exato momento em que o Brasil desponta como um ator de peso na política global, defendendo o caminho do diálogo e da negociação ao invés da via das armas, da destruição e da morte. Como assinala José Luís Fiori em artigo publicado nesta página:

A mensagem foi clara: o Brasil quer ser uma potencia global e usará sua influência para ajudar a moldar o mundo, além de suas fronteiras. E o sucesso do Acordo já consagrou uma nova posição de autonomia do Brasil, com relação aos Estados Unidos, Inglaterra e França (...) O jornal O Globo foi quem acertou em cheio, ao prever - com perfeita lucidez - na véspera do Acordo, que o sucesso da mediação do presidente Lula com o Irã projetaria o Brasil, definitivamente, no cenário mundial. O que de fato aconteceu, estabelecendo uma descontinuidade definitiva com relação à política externa do governo FHC, que foi, ao mesmo tempo, provinciana e deslumbrada, e submissa aos juízos e decisões estratégicas das grandes potências.

As últimas linhas do texto de Fiori resumem o que está por trás da estratégia de Serra de chamar o Mercosul de “farsa”, de acusar o governo da Bolívia de cumplicidade com o tráfico, de criticar a iniciativa do governo brasileiro em ajudar a evitar uma nova guerra no Oriente Médio. Curiosa e tristemente, essa estratégia, entre outros lamentáveis problemas, sofre de um atraso histórico dramático. Para azar de Serra e sorte do Brasil e do mundo, a doutrina Bush chegou ao fim. No dia 27 de maio, o governo dos EUA anunciou sua nova doutrina de segurança nacional que abandonou o conceito de “guerra preventiva” como elemento definidor da estratégia da política externa norte-americana. Algum assessor com um mínimo de lucidez e informação bem que poderia avisar ao pré-candidato tucano das
mudanças que estão em curso no mundo, especialmente do final da era Bush. Mas se ele decidiu abraçar por inteiro a agenda da direita no Brasil, na América Latina e nos Estados Unidos, faz sentido lutar pela restauração da velha ordem. Pode-se dizer, então, que, enfim, a direita achou um candidato à presidência do Brasil.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Quilombolas denunciam lentidão na demarcação dos territórios

As filas do povo são um dos espaços mais interativos e expressivos do III Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra, onde os trabalhadores e trabalhadoras rurais, agentes pastorais e convidados têm a oportunidade de retirarem suas dúvidas sobre as palestras, expor suas ideias e denunciar os casos de conflitos agrários.
A participante Maria Teresa Bintencourt, 49, da comunidade quilombola de Cruzeiro no município de Palmeirândia, no estado do Maranhão, ressaltou que várias áreas estão sendo tomadas por fazendeiros e ainda denunciou a inoperância do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “A gente ia ao Incra para fazer a vistoria, eles diziam que não tinha antropólogo. E agora que nós temos o registro de certificação das terras, eles não têm recursos”, relembrou revoltada.
No local vivem 250 famílias, mas já são mais de 200 anos de história e tradição cultural na região. A Fundação Cultural Palmares, órgão interligado ao Ministério da Cultura, reconheceu a comunidade no ano passado, mas o documento estava pronto desde 2007 e o Incra emperrava a entrega. Neste momento, o clima é de tensão, as ameaças são constantes e ainda tem um latifundiário chamado Manoel Gentil, que se diz o proprietário, e possui documentos de compra e vendas no cartório. O curioso é que foram emitidos em dezembro de 2008 e o outro em janeiro de 2009.
O conflito agrário ficou ainda maior, quando o juiz Sidney da Comarca de São Bento determinou por meio de uma liminar em março de 2009, a destruição da roça produzida pelos quilombolas como: melancia, mandioca, milho, arroz e cana de açúcar. Porém, já foi constatada a destruição da Mata Atlântica e a matança de animais silvestres realizada por aqueles que querem tomar as terras.

Fonte: CPT

Senado aprova reajuste de 7,7% e o fim do Fator Previdenciário

Senado aprovou a Medida Provisória 475 em votação simbólica
Em votação simbólica e relâmpago na noite de quarta-feira (19), o Senado aprovou a Medida Provisória 475 que reajusta em 7,7% as aposentadorias acima de um salário mínimo e o fim do famigerado fator previdenciário, mecanismo de arrocho dos benefícios introduzido por FHC. A Medida Provisória segue agora para sanção presidencial.

"Por uma questão de estratégia, estou deixando de mexer no fator previdenciário, que isso precisa ser feito. Eu recomendo a aprovação do projeto, ficando da forma que veio da Câmara", declarou o relator do projeto na Casa e líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Fruto de acordo entre as lideranças, os senadores mantiveram o texto como veio da Câmara, fazendo vibrar a galeria e a tribuna de honra do Senado, tomadas por aposentados e pensionistas de todo o país, que comemoraram a longa e árdua batalha por justiça. Caso o Senado fizesse qualquer alteração, a matéria retornaria à Câmara, correndo o risco de caducar, já que o prazo final para a sanção termina no dia 1º de junho.

Conforme dados da Previdência Social, a medida contempla mais de 8,4 milhões de aposentados e pensionistas, cerca de 30% do total do segmento. Os outros 70%, que recebem o salário mínimo, já são beneficiados pela política de valorização acordada pelas centrais sindicais com o governo, que concedeu 9,67% de reajuste desde o primeiro mês do ano.

"O fato das lideranças partidárias na Câmara e no Senado terem unificado a proposta em torno de um aumento no valor dos benefícios em 7,7% para esta parcela que ganha mais, percentual equivalente a 80% da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás mais a inflação, é uma questão de justiça. Abre caminho para recompormos as perdas acumuladas ao longo do desgoverno tucano", declarou Epitácio Luiz Epaminondas (Luizão), presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sintapi/CUT). "Quanto ao fator previdenciário, ele já vai tarde", acrescentou Luizão, condenando o "dispositivo de arrocho criado por FHC para dificultar a aposentadoria dos trabalhadores e que penaliza principalmente os que começaram a trabalhar mais cedo".

O presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas, Warley Martins, saudou o esforço e a dedicação das Federações e Sindicatos que "investiram na mobilização e colocaram pressão sobre os parlamentares, garantindo um ganho real significativo". "Se não fossem as batalhas travadas, o reajuste seria de apenas 3,5% (índice da inflação). Ou seja, a luta rendeu aos aposentados mais que o dobro do reajuste concedido inicialmente", frisou.

Além de comemorar a elevação dos benefícios, o senador Paulo Paim (PT-RS) festejou a derrota do fator previdenciário: "era um mecanismo perverso que, ao privilegiar a aposentadoria por tempo de contribuição tardia, punia drasticamente a considerada precoce, penalizando sobremaneira a maioria dos trabalhadores de menores rendimentos, pessoas que ingressaram mais cedo".

Conforme análises, a medida injetará cerca de 1,7 bilhões de reais na economia, aumentando o consumo, fortalecendo a produção e a geração de empregos.

Escrito por Ag.CUT - Leonardo Severo

Foto - Ag.Senado

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Tucano assustado procura vice estepe

O programa do PT mexeu tanto com os tucanos que eles voltaram a agitar a ideia de colocar Aécio Neves como vice de Serra, por mais que o ex-governador mineiro resista. Querem ter mais segurança na campanha, temendo uma reviravolta no placar das pesquisas de intenção de voto.
Os resultados do Vox Populi já assustaram os tucanos e seus aliados, ao apontarem a virada da pré-candidata petista Dilma Rousseff, com 38%, sobre o tucano José Serra, que ficou com 35% das intenções de voto.Não é à-toa que os oposicionistas estão atordoados.
Lula fez elogios a Dilma que pode neutralizar os argumentos dos adversários, segundo os quais, o pré-candidato tucano José Serra é mais competente do que ela para governar. Afinal, foi o próprio Presidente Lula quem disse que sua candidata foi uma tremenda âncora de sua bem avaliada administração. Portanto, não é a incompetente que andam dizendo por aí.
Por mais que tente, a oposição terá dificuldades para contrapor-se ao discurso presidencial. Lula disse que o programa Luz para Todos foi ideia de Dilma, quando ela era ministra de Minas e Energia. Assim como ocorreu com o Bolsa Família, que os tucanos espalham ter começado com o presidente Fernando Henrique Cardoso.A diferença é os programas sociais criado pelo Presidente se massificaram e tornaram visíveis na era Lula. E é isto que o povo do Interior e as pessoas mais necessitadas em geral estão vendo
Fonte: Zé Augusto

sábado, 15 de maio de 2010

Dilma passa Serra pela primeira vez em pesquisa do Vox Populi


Pela primeira vez, a pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, aparece à frente do pré-candidato do PSDB, José Serra, em pesquisa de intenção de votos feita pelo Instituto Vox Populi. A ex-ministra tem 38% das intenções de voto e o ex-governador de São Paulo, 35%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2%, para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pela Rádio e Televisão Bandeirantes Ltda.
A terceira colocada, Marina Silva (PV), tem a preferência de 8% dos eleitores. Os votos brancos e nulos somam 8% e 14% não responderam ou não souberam responder.

Comparada com a pesquisa de abril, o Vox Populi registra queda de três pontos percentuais de Serra (o tucano caiu de 38% para 35% das intenções de voto). Já a pré-candidata petista saltou de 33% para 38%, avanço de 5 pontos percentuais. MArina subiu 1 ponto, de 7% para 8%.

A petista também já ultrapassou o tucano em eventual segundo turno. A pesquisa revela que 40% dos eleitores preferem Dilma e 38% ficariam com Serra. Os votos nulos e brancos somariam 9%. Outros 13% de eleitores não responderam ou não souberam responder.

A pesquisa de intenção de voto espontâneo – quando o eleitor abordado pelos pesquisadores diz em quem vai votar sem consultar nenhuma lista – também aponta a liderança de Dilma Rousseff. Ela aparece com 19% das intenções de voto, enquanto Serra tem 15%. Em janeiro, cada candidato obteve 9% das intenções de votos espontâneos.

Lula garante votos

A pesquisa Vox Populi mostrou um crescimento de três pontos na influência de Lula na hora do voto. Dos entrevistados, 33% disseram que votariam “com certeza” num nome indicado pelo presidente. Em janeiro eram 30%.

Parte dos eleitores – 30% - respondeu que “poderia votar” num nome indicado pelo presidente, mas isso dependeria de quem é o candidato. Dos entrevistados, 10% disseram que não votariam num nome apontado por Lula e outros 24% disseram que não levam isso em conta na hora da escolha.

A pesquisa também mostrou a força dos governadores na hora do voto. Dos entrevistados, 15% disseram que votariam “com certeza” no nome apontado pelo chefe do Estado. Outros 36% disseram que poderiam votar no nome indicado a depender de quem fosse o candidato.

Um grupo de 15% dos eleitores disse que não votaria em ninguém a pedido do governador e 30% disse que não leva isso em conta.

A pesquisa Vox Populil também quis saber quem é identificado como o candidato do presidente Lula.

Dos entrevistados, 74% disseram que Dilma é a candidata apoiada por Lula, 4% disseram que José Serra é quem tem o apoio presidencial e 1% jogou Lula para a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Disputa regional

A petista tem a preferência dos eleitores em quatro das cinco regiões brasileiras: Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Já Serra, vence no Sul do país.

A maior diferença percentual a favor de Dilma é no Nordeste, onde o presidente Lula goza de enorme prestígio. A pré-candidata do PT tem 44% das intenções de voto, contra 29% de Serra. No Sudeste, a disputa é acirrada. A petista tem 35%, contra 34% do tucano. No Centro-Oeste, Dilma tem 33% das intenções de voto, contra 31% de Serra. No norte, Dilma lidera com 41%, contra 32% de Serra.

Já na Região Sul, o pré-candidato do PSDB lidera com grande vantagem. Serra tem 44% das intenções de voto, enquanto Dilma tem a preferência de 30% dos eleitores.

Avaliação positiva do governo

A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 76% em maio. Na rodada anterior da amostragem, feita em abril, o número era de 74%.

Dentro da avaliação positiva, 31% dos entrevistados definiram o governo como ótimo e 45% como bom. O governo ainda foi considerado regular por 19% da população. Outros 5% o consideraram negativo. Destes, 2% avaliaram o governo como ruim e 3% como péssimo.

Vitória no primeiro turno

Diante do crescimento da ministra Dilma Rousseff nas pesquisas presidências, e da estagnada de José Serra, o diretor do Instituto Vox Populi, João Francisco Meira, acredita na possibilidade de a candidata petista vencer “a eleição já no primeiro turno”.

Meira analisa que nem Dilma nem Serra são carismáticos, mas o sistema petista tem alguns trunfos, como o avanço econômico no governo Lula.

Para construir uma boa campanha, o diretor do Vox Populi citou que o tempo de TV será decisivo, já que um arco maior de alianças possibilitará aumento no horário disponível.

De acordo com o cientista político Cláudio Gonçalves Couto, da PUC-SP, o crescimento da ex-ministra é natural. “Todas as pesquisas recentes apontavam nessa direção, com Serra estabilizado e Dilma em alta, exceto as do Datafolha”, diz. Para ele, a petista apareceu bastante em programas de TV nas últimas semanas, o que teria sido determinante para o eleitor. Em suas visitas aos Estados, a pré-candidata participou de diversos programas populares.
Portal Vermelho

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Criticado, horário eleitoral gratuito custa R$ 850 milhões

Marqueteiros Duda Mendonça e Antonio Lavareda afirmam que as inserções eleitorais encarecem as disputas
O chamado horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão custará aos cofres públicos - em isenções tributárias previstas em lei-- quase R$ 900 milhões. E, para dois dos mais conhecidos marqueteiros do país, poderia ser extinto.

Duda Mendonça e Antonio Lavareda afirmam que as inserções eleitorais (propagandas curtas) são importantes na campanha, mas os dois programas diários de 25 minutos cada um encarecem as disputas, têm efeito limitado e poderiam ser substituídos por debates temáticos entre os candidatos.

"Programa eleitoral em bloco só serve para encarecer campanha. Não tem papel de persuasão. Eleitor não presta atenção e, quando presta, é pouco afetado", diz Lavareda, 76 campanhas no currículo. "Para ser persuadido, o eleitor não deve estar ciente de que está sob tentativa de convencimento."

Na eleição de 2006, só os candidatos de PT e PSDB declararam ter gasto cerca de R$ 20 milhões na produção da propaganda para rádio e televisão, numa campanha em que juntos assumiram oficialmente desembolso de R$ 186 milhões.

"Não faz sentido nem do ponto de vista teórico nem do ponto de vista prático. Mas marqueteiros e políticos são contra fragmentar o programa", diz Lavareda.

O publicitário Duda Mendonça, mais de 45 campanhas, diz que os programas poderiam ser substituído por debates. "Seriam debates ao vivo, em rede obrigatória, temáticos."

Ele reconhece que a proposta tem poucas chances de ser implementada. "Por que não muda isso? Porque no debate é onde o candidato aparece mais nu e cru. Tem de enfrentar o estresse, o argumento."

Lavareda concorda com essa sugestão. Para ele, há um paradoxo nas democracias modernas: "Exige-se um nível fantástico de compreensão, mas as pessoas não conseguem se informar a respeito de tudo".

Horário "gratuito"

De acordo com levantamento realizado pela ONG Contas Abertas, a Receita Federal deixará de arrecadar neste ano R$ 856.359.976,86 em razão do horário eleitoral gratuito - dinheiro suficiente para custear um ano de estudo para 635 mil alunos, um contingente de estudantes de rede pública de uma grande capital.

A legislação eleitoral permite que as emissoras de rádio e TV deduzam do Imposto de Renda 80% do que receberiam caso o período destinado ao horário gratuito fosse vendido para propaganda comercial.

As rádios e as TVs precisam comprovar, por meio de nota fiscal emitida na véspera do horário eleitoral, o valor cobrado pelos comerciais. Essa nota não pode ser discrepante de outras operações com a iniciativa privada nos 30 dias anteriores e 30 dias posteriores a essa data.

Com base no montante encontrado, estima-se quanto a emissora perdeu por ter cedido o tempo. O valor é subtraído do faturamento da emissora antes de ser calculado o imposto.
Desde 2002, a União já deixou de arrecadar R$ 3,65 bilhões em razão do horário eleitoral gratuito. As informações são da Folha Online.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lula agora admite 2 palanques pró-Dilma

Após lançar um programa de incentivo à produção de óleo de palma e entregar títulos de licenciamento ambiental para 3,7 mil agricultores em Tomé-Açu (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta (6) aos jornalistas que a unidade da base aliada era o ideal, mas se não for possível haverá dois palanques nos estados a favor da candidatura Dilma. Lula também voltou a defender a construção da Usina Hidrelétrica (UHT) de Belo Monte .
O presidente primeiro negou que havia afirmado que dois palanques nos estados seriam prejudicial à candidatura Dilma. “Isso é o contrário de tudo que eu venho dizendo, desde que nós estamos construindo a nossa candidatura”, alegou.

Segundo ele, o ideal era a unidade da base em torno de um candidato à Presidência e outro no Estado. “Se isso não for possível, nós vamos ter de encontrar um jeito de que as pessoas possam ter um palanque, possam ter dois palanques”, afirmou.

No caso do Pará, onde a governadora Ana Júlia Carepa (PT) pode enfrentar o deputado Jader Barbalho (PMDB) no seu projeto de reeleição, o presidente disse que ainda é cedo para apostar na divisão da base.

“Nós temos até junho para resolver isso. Eu acredito muito na capacidade de discernimento das pessoas, como eu acredito muito na capacidade de articulação política da direção do meu partido, da governadora Ana Júlia. Estou convencido de que a gente pode construir alianças aqui no estado do Pará.”

Sobre a verticalização das alianças no país com o PMDB, Lula afirmou que essa condição não se aplicaria aos peemedebistas. “Eu não diria verticalizar, porque tem estado em que o PMDB é radicalmente contra o governo, como o estado de Pernambuco, por exemplo. Eu não espero nada em Pernambuco. Eu espero que a maioria e que a direção do partido esteja na posição melhor, que é a posição da aliança política”, argumentou.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Com Serra e Marina, Gabeira confirma candidatura no RJ


Depois de mais de seis meses de impasse, o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) confirmou nesta segunda-feira sua candidatura ao governo estadual do Rio de Janeiro e oficializou a aliança com PSDB, DEM e PPS. O acordo, sacramentado depois de três horas de reunião, também prevê a participação do parlamentar em atos de campanha do candidato tucano à Presidência da República, José Serra.
Até então, Gabeira e lideranças do PV do Rio mantinham firme a posição de que só fariam campanha para Marina Silva, nome do partido à sucessão do presidente Lula. Os compromissos de Serra no Rio seriam acompanhados apenas pelos candidatos a vice e ao Senado da coligação - indicados pelos demais partidos. O pré-candidato do PV ao governo do Rio confirmou que Serra e Marina participarão da convenção que oficializará seu nome na disputa, em junho.

"Pretendemos lançar no dia 23, de manhã. Vamos começar a mobilização. Não será ainda com a presença dos candidatos a Presidência porque nós preferimos que eles venham na convenção", explicou Gabeira.
Indicado como candidato a vice na chapa, o ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB) confirmou que a oficialização do acordo possibilitará a elaboração de uma agenda de pré-campanha de Serra no Rio. Fortes confirmou a presença de Gabeira nos eventos de Serra no Estado. "O Gabeira anda com ele", disse Fortes. "O Serra tem um palanque. A Marina também tem. Mas o Serra tem um palanque bom, uma candidatura vitoriosa, que pode ganhar a eleição e não terá limites. Nossa coligação é adotada por todos universalmente e fará uma bela campanha à Presidência da República. Tanto para o Serra quanto para Marina", avaliou o tucano.
Pivô da crise que se instaurou entre os partidos, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) teve sua candidatura ao Senado confirmada na reunião. O PV do Rio resistia em formalizar a aliança tendo ele como representante do DEM. Apesar do acordo, os verdes também confirmaram que a vereadora Aspásia Camargo concorrerá. Caso a Justiça Eleitoral se manifeste contrariamente ao lançamento desse tipo de candidatura independente, o partido não criará embaraços para a coligação - de acordo com o presidente da legenda no Rio, Alfredo Sirkis. O outro nome da aliança ao Senado será o advogado Marcelo Cerqueira, do PPS. "Gabeira já disse que o melhor candidato ao Senado é o Cesar Maia e confirmou que fará campanha para ele", disse a deputada federal Solange Amaral (DEM), representante do partido e do ex-prefeito na reunião.

Projeto do Ficha Limpa e MP dos Aposentados entram na pauta

O Plenário pode votar nesta semana a medida provisória que reajusta as aposentadorias com valores acima de um salário mínimo e o projeto Ficha Limpa, que amplia e torna mais rígidas as regras de inelegibilidade As duas matérias são tratadas pelas lideranças dos partidos como prioritárias.
A perspectiva é que a medida provisória seja votada nesta terça (4), porque junto com ela outras seis MPs trancam a pauta. Já o Ficha Limpa pode ser debatido em sessão extraordinária, depois de aprovado o seu regime de urgência, que que dispensa prazos e formalidades regimentais, para que a proposição seja votada rapidamente.
Nesse regime, os projetos tramitam simultaneamente nas comissões - e não em uma cada de vez, como na tramitação normal. Para tramitar nesse regime é preciso a aprovação, pelo Plenário, de requerimento apresentado por: 1/3 dos deputados; líderes que representem esse número ou 2/3 dos integrantes de uma das comissões que avaliarão a proposta.
Alguns projetos já tramitam automaticamente em regime de urgência, como os que tratam de acordos internacionais.. Uma sessão extraordinária está agendada para terça-feira, após a sessão ordinária.

Aposentadoria

A votação da MP 475/09 vem sendo adiada porque o governo enfrenta dificuldades para conseguir, dentro da sua base aliada, consenso sobre o reajuste. O líder do governo e relator da MP, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), propôs 7% de aumento para as aposentadorias da Previdência Social acima de um salário mínimo.
Embora esse índice seja maior que os 6,14% previstos no texto original, partidos aliados ao governo na Câmara e no Senado defendem 7,71%. Já a oposição quer aplicar o mesmo índice usado para corrigir o salário mínimo (cerca de 9%).

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vice de Marina Silva faz o mesmo discurso neoliberal de diminuir o estado

Em visita a Curitiba na semana passada, o empresário bilionário Guilherme Leal, praticamente certo como vice de Marina Silva (PV), sacou o surrado receituário neoliberal do século passado, como programa econômico:
“Por que não fazer um controle melhor dos recursos públicos, reduzir os gastos excessivos que existem no Estado”, argumentou.
Leia-se: arrocho salarial do funcionalismo civil e militar, arrocho das aposentadorias, cortes em atividades de estado, fechamento de concursos, privatização ou terceirização para ONG's de serviços públicos e programas sociais.
Qualquer semelhança com o ideário de FHC/José Serra não é mera coincidência.
Assim o único projeto nacional que sobrou do crescimento econômico com distribuição de renda é o de Dilma Rousseff.
Todas as demais candidaturas mais competitivas estão pregando uma economia que transfira uma parte da riqueza que fica no tesouro nacional (que é o instrumento para administrar a riqueza coletiva do povo), para as mãos do grande empresariado.
Fonte: Zé Augusto