quinta-feira, 25 de março de 2010

Aécio vai fazer política no Rio

Noticiado pelo Novojornal há dois anos, Aécio monta estrutura para alavancar sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro
Dois anos atrás, Novojornal noticiava que o sonho político de Aécio Neves era ser governador do Rio de Janeiro. O que não seria novidade, visto que o ex-governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, de volta do exílio na década de 80, governou o Estado do Rio.

Na época, a Cemig acabara de comprar o controle acionário da Light, concessionária de energia de parte do estado fluminense. Sabidamente, uma problemática concessionária de energia, pois na cidade do Rio de Janeiro quase 80% da população dos aglomerados e favelas utilizam o famoso “gato”, não pagando energia.

Prática de difícil combate devido à violência, qualquer corte de energia a ser executado nas favelas deve ser acompanhado pela polícia no conhecido carro blindado, “Caverão”. Como a TV a cabo e o gás, a distribuição de energia é feita por quadrilhas amparadas por milícias.

O Novojornal foi contestado. Dois anos depois, a menos de uma semana para deixar o governo de Minas, foi comprovado o que este portal jornalístico anunciara. O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), participará hoje (24), no Rio de Janeiro, de uma reunião para tratar do que considera ser a "prioridade absoluta" da Cemig, a estatal mineira de energia elétrica: "Criar um plano de investimentos para a Light", disse ele.

Neste ano, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ampliou sua participação na empresa fluminense de energia por conta da reestruturação societária da Light e, assim, passou a ditar as regras sobre a operação da empresa.

Aécio quer traçar metas e, na reunião de hoje, vai apresentar à nova direção da Light, cujo presidente, Jerson Kelman, foi indicado por ele, o comando da controladora Cemig: Djalma Moraes, presidente, e Sérgio Barroso, presidente do Conselho de Administração e secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.

Principal empresa do governo de Minas, a Cemig, cujo capital quase quintuplicou durante a gestão Aécio (desde 2003) a partir de uma série de aquisições no setor elétrico e eólico, ficou com o controle operacional da Light por um acordo de acionistas.

Com sua saída do governo marcada para a próxima quarta-feira (31), a fim de disputar possivelmente a eleição para o Senado, Aécio vai até a Light no instante em que a empresa é muito criticada pelos consumidores fluminenses da região central do Estado, onde ela atua.

A reclamação é sobre supostos serviços precários prestados pela Light, resultando em apagões e em prejuízos a comerciantes. Aécio considera que isso é fruto da falta de investimentos na empresa ao longo dos últimos anos.

"A Cemig tem hoje uma prioridade: criar um plano de investimento para a Light. É a nossa prioridade absoluta. Eventualmente vamos avançar nas negociações com a Ampla, em razão da sinergia que existe entre ambas as empresas (Ampla e Light)", afirmou o tucano.

Aécio se refere ao fato de a Cemig ter interesse em propor um negócio para a Ampla Energia, empresa do grupo Endesa.

A Ampla controla 73% da energia do Estado do Rio, e à Cemig interessa tanto a aquisição quanto participação na empresa do grupo espanhol.

No início deste mês, a controladora da Ampla informou que "a Endesa Espanha não tem interesse em vender qualquer ativo no Brasil (inclusive a Ampla), e sim crescer sua atuação no país".
Fonte: Novo Jornal

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