sexta-feira, 27 de novembro de 2009

DILMA EM RISCO


Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo,
passado e presente embasam as suas análises
Por Geraldo Elísio


“Duvide, pergunte, certifique-se e resolva. Nessa ordem.” – Cardeal Mazarino

A análise dos fenômenos políticos comporta calma e reflexão. A ministra Dilma Rousseff deve estar com a pulga atrás da orelha em relação ao panorama sucessório de Minas. Ela tem bom relacionamento com o ex-prefeito Fernando Pimentel e também com o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Mas à dona Dilma não é dado o direito de se iludir em relação ao comportamento de eleitores e delegados partidários.
Mesmo sendo mineira, a ministra Rousseff, ao que me parece, nunca leu o “Manual do PSD”, uma espécie de bíblia não codificada e que, a exemplo do “Manual dos Escoteiros” de Huguinho, Zezinho e Luizinho, os sobrinhos do Pato Donald, veteranos personagens dos cartoons, oferece saída para tudo.
Relax? Não! São peculiares os 853 municípios de Minas, inclusive em função das nossas divisas, o que o dizer de Guimarães Rosa transforma Minas em “muitas patriazinhas”. O segundo turno da disputa a envolver o ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel é um sinal de alerta fortíssimo que, se souber ser lido, resultará em consequências agradáveis, caso contrário, poderá resultar em “chorar na cama que é lugar quente”.

As bases do PMDB aceitam Patrus e rejeitam Pimentel. Além do mais, delegados partidários ou outros convencionais não refletem a totalidade das bases. E em não sendo atendido o PMDB tende ao caminho mais curto: aceitar uma aproximação com o Palácio da Liberdade.
Qual o jogo? É a pergunta que não quer se calar.

Fernando Pimentel quer o Palácio da Liberdade. Legítimo! Mas a que preço? Colocando a eleição de Dilma em risco, mesmo sendo amigo dela, o que de resto Patrus também é? Contando com o apoio de Aécio Neves? Se assim for, Aécio irá trair o PSDB? Ou se utilizará da esperteza para trair o PT? E o que pensa disso tudo “o cara” chamado Lula? Arriscará a hipótese de ver Aécio trair Serra, ainda que tenha de “entregar” companheiros fiéis para salvar o projeto maior que é Dilma? Adotará a máxima (sem trocadilhos) de entregar os anéis para não perder os dedos? Correrá o risco do tudo ou nada, arriscando-se a perder Brasília e o Palácio da Liberdade? Confia mesmo em sua capacidade ainda não testada de transferir votos, o que até hoje, no Brasil, só foi conseguido por Leonel Brizola? Desconhece todas as insatisfações, todas as greves de todos os gêneros e naturezas que ocorrem em Minas, corroendo a imagem de Aécio e que a imprensa censurada via cifrões não noticia? Se eu fosse a dona Dilma Rousseff ficaria esperta. Ou ela está com a “síndrome do estacionamento”, apenas guardando vaga?
E se as respostas confirmarem as indagações, não é uma “prova de fraqueza do Lula”? Seria assim como se o Cruzeiro pedisse ajuda ao Atlético mineiro ou vice-versa, o mesmo ocorrendo em relação ao Palmeiras e ao Corinthians, Vasco e Flamengo, Internacional e Grêmio e por aí a fora, pois há muito futebol não é mais a minha praia.
“Amigo é coisa pra se guardar / do lado esquerdo do peito...”, dizem Fernando Brant e Milton Nascimento. Pimentel tem mesmo desvelo para com Dilma ou serei eu que estou mal informado sobre todas as pedras no tabuleiro do xadrez político. Afinal. o que não falta, insisto, é quem diga que há muito Lula se afastou do PT.
“Em rio que tem piranha jacaré nada de costas e macaco toma água de canudinho.”
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
Fonte: Novo Jornal

terça-feira, 24 de novembro de 2009

76% acham o Governo Lula melhor do que o de Fernando Henrique


Quase 80% do eleitorado brasileiro aprova o desempenho do presidente Lula; 70% considera seu governo ótimo ou bom; 76% dos eleitores acham o Governo Lula melhor do que o Governo Fernando Henrique e quase metade de todo o eleitorado não votaria no candidato apoiado por FHC.. Esses dados constam da mais recente pesquisa feita pelo instituto Sensus para a Confederação Nacional do Transporte e indicam que aumentou, entre setembro e novembro, o número de brasileiros que avaliam positivamente o governo e que aprovam o desempenho de Lula.
    Realizada entre os dias 16 e 20 de novembro, com 2.000 eleitores em 136 municípios de 24 estados, a pesquisa CNT/Sensus apurou também a intenção de voto para as eleições presidenciais de 2010. E aponta uma queda na diferença do principal pré-candidato do PSDB, governador José Serra, em relação à pré-candidata do PT, ministra Dilma Rousseff. Segundo a pesquisa, Serra obteve 31,8% das intenções de voto; Dilma, 21,7%; Ciro Gomes (PSB), 17,5% e Marina Silva (PV) 5,9%.
   “Serra caiu 15 pontos percentuais nos últimos 12 meses”, disse o diretor do Sensus, Ricardo Guedes. 
   “O Serra cai em função do apoio do Fernando Henrique, que fala em nome dele, independentemente dele querer ou não. O apoio ostensivo de FHC é prejudicial”, afirmou Clésio Andrade, presidente da CNT.
   Num cenário em que o Sensus substituiu Serra por Aécio Neves e manteve os outros três nomes, Ciro Gomes somou 25%; Dilma, 21,3%; Aécio, 14,7%, e Marina 7,3%.
    Nas simulações sobre o 2º turno da eleição presidencial, José Serra aparece com 46,8% e Dilma com 28,2%. As posições de invertem no cenário em que o adversário tucano de Dilma é Aécio. Neste caso, a pré-candidata do PT soma 36,6%, enquanto Aécio fica com 27,9%.
 
TRANSFERÊNCIA DE VOTOS 
     O Sensus comparou a capacidade de Lula e de Fernando Henrique em transferirem votos para seus candidatos à eleição presidencial de 2010. Concluiu que 51,7% votaria ou poderia votar no candidato apoiado por Lula, enquanto apenas 17,2% votariam no candidato apoiado por Fernando Henrique. A pesquisa aponta ainda que quase 50% do eleitorado não votaria no candidato apoiado por FHC, enquanto 16% não votaria no candidato de Lula.
 
GOVERNO LULA X GOVERNO FHC
    A série histórica da Pesquisa CNT/Sensus, iniciada em julho de 1998, revela que o índice de aprovação popular alcançado em novembro pelo Governo Lula é mais de duas vezes superior ao melhor índice de aprovação obtido pelo Governo Fernando Henrique no segundo mandato. Enquanto hoje 70% dos eleitores avaliam positivamente o Governo Lula, no melhor momento do Governo Fernando Henrique, em março de 2001, 33,3% do eleitorado o avaliava positivamente.
    Também é grande a diferença de avaliação sobre o desempenho de Lula e de Fernando Henrique. No melhor momento de FHC, em abril de 2001, 46,1% aprovavam seu desempenho. Esse índice é inferior ao pior que Lula obteve (46,7%), em novembro de 2005. Hoje, 78,9% aprovam o desempenho do presidente. 
 
OTIMISMO 
    A Pesquisa CNT/Sensus mediu ainda os níveis de (in)satisfação e também de expectativa do eleitorado em relação ao emprego, à renda, à saúde, à educação e à segurança pública. Em todos os casos a expectativa da maioria dos eleitores é positiva. No entanto, aumentou de 46,9%, em setembro, para 53,5%, em novembro, a parcela do eleitorado que disse que a segurança pública piorou nos últimos seis meses.  

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Caso Edir Macedo: Record acusa Globo de manipular entrevista


A Rede Record voltou a atacar a Globo por veicular reportagens sobre irregularidades na Igreja Universal do Reino de Deus. A emissora de Edir Macedo acusou a Globo de “manipular e deturpar” uma entrevista feita pelo repórter César Tralli com o promotor Adam Kaufman.

O depoimento de Kaufman tratou exatamente da investigação norte-americana em que a Universal é alvo, por suposto uso de doações de fiéis na compra de empresas de comunicação. A reportagem, de mais de 12 minutos, diz que a entrevista foi gravada há mais de um mês, quando Kaufman esteve no Brasil.

A conversa foi exibida na íntegra na TV a cabo. De acordo com Record, houve manipulação quando o conteúdo foi transmitido no Jornal Nacional, na última quinta-feira (12/11). Durante a entrevista, Tralli perguntou ao promotor se ele tinha conhecimento das acusações contra a Universal. Kaufman respondeu apenas que o caso parecia grave, mas que preferia não comentar uma investigação em andamento.

O repórter também questionou se Kaufman já teve de investigar alguma igreja por lavagem de dinheiro. O promotor respondeu que não conseguia se lembrar de nenhum caso envolvendo igrejas — apenas obras de caridade e entidades que usaram dinheiro de doações para compra de bens materiais sem qualquer relação com a caridade.

“Na versão dessa semana, a tradução foi bem diferente”, diz a Record. No trecho da entrevista exibida no Jornal Nacional, Tralli diz que o promotor já apurou investigações contra igrejas. E, ao traduzir a fala do promotor, emendou: “Há caso de igrejas que arrecadam doações de fiéis e depois usam esse dinheiro para financiar TVs, carros, um estilo de vida pessoal que nada tem a ver com caridade”.

A Record rebate e acusa a emissora concorrente de alterar as versões da tradução. “A Globo manipula a notícia ao encaixar na reportagem uma entrevista gravada há mais de um mês. Pior ainda, induz o telespectador a acreditar que o promotor americano comentou a investigação contra Edir Macedo, o que na verdade ele não o fez. Uma aula sobre como não fazer jornalismo”, declarou a reportagem.

Outros ataques

A Record também lembrou a denúncia contra a Globo feita em dezembro de 2006, pela então governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Mateus Garotinho, que acusou a emissora de Roberto Marinho de manter um esquema de envio ilegal de dinheiro para o exterior, num paraíso fiscal em Bahamas. A denúncia ainda não foi apurada.

A emissora de Edir Macedo também citou o caso da entrevista do ex-pastor da Universal Gustavo Alves da Rocha à revista Época, na qual o ex-fiel acusava a Universal de extorquir dinheiro de seus seguidores. Para tentar rebater a reportagem, a Record entrevistou a ex-mulher e ex-sogra de Gustavo, que disseram que o pastor recebeu dinheiro para dar a entrevista à Época.

Para finalizar, a Record provoca, e questiona se os “ataques” não estariam relacionados ao crescimento da emissora de Edir Macedo, por deter os direitos exclusivos da transmissão dos Jogos de Inverno em 2010, 2015 e da Olimpíada de 2012, entre outros pontos, como o avanço da audiência.

Acusações contra a Universal

Desde agosto desse ano, a Igreja Universal, passa por uma investigação, a pedido do Ministério Público de São Paulo, para apurar se o dinheiro arrecado com o dizimo dos fiéis foi mesmo usado na compra de bens pessoais de Edir Macedo, além de empresas de comunicação, como acusa a promotoria paulista.

A pedido do Ministério Público, promotores norte-americanos investigam dezenas de contas bancárias nos Estados Unidos ligadas ao bispo Edir Macedo, para apurar se o dinheiro do bispo foi usado para adquirir a Rede Record e outras empresas de comunicação.


Da Redação, com informações do Comunique-se

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O marajá do jegue reaparece


Quase um ano afastado do noticiário, Ciro Gomes reaparece em Minas. Desta vez para dizer que desistiria do que nunca foi
Divulgação 

Deputado federal Ciro Gomes
Conhecido nacionalmente por seus pronunciamentos polêmicos, dentre eles quando candidato a presidente da República, ao ser indagado se sua esposa, a artista Patrícia Pilar, teria algum poder no governo caso ele fosse eleito, respondeu: “Minha esposa manda apenas na cama”. 

Político cearense, irmão do atual governador do Ceará, o deputado indagado sobre a criminalidade na capital de seu Estado respondeu: “Fortaleza é um puteiro a céu aberto”.

Evidente que ninguém leva Ciro Gomes a sério. Sua votação nas últimas eleições é atribuída ao descontentamento da população com a classe política, que em passado recente elegeu um macaco em São Paulo.

Ciro sempre teve suas campanhas pagas com recursos mineiros. Inclusive seu ex-tesoureiro na campanha presidencial foi o mensageiro e ex-ministro Walfrido dos Mares Guia.

A última vez que esteve em Belo Horizonte foi na campanha do atual prefeito da cidade, Marcio Lacerda, a quem apoiou.

Segundo a Agência Estado, em almoço no Palácio das Mangabeiras, afirmou que se Aécio Neves fosse candidato à Presidência ele desistiria de sua candidatura.

É público que seu partido integra o governo Lula, que sabidamente já tem candidato.

Embora ninguém leve a sério o deputado cearense, suas palavras deixam claro que a política no país não se faz através de partidos, e sim através de coronéis que detêm o controle partidário.

Partido do apagão ameaça lançar candidato em 2010

Em resposta aos ataques do PT, PMDB ameaça lançar candidatura própria à Presidência para se defender de culpa por apagão

Em resposta aos ataques de líderes petistas que responsabilizaram o PMDB pelo apagão elétrico que atingiu 18 Estados na semana passada, parte da cúpula peemedebista ameaça colocar em discussão a possibilidade de uma candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2010.

Apesar do partido ter firmado pré-acordo com o PT para apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial, os peemedebistas pretendem usar a candidatura própria para evitar que o partido fique desgastado com o apagão.

PMDB e PT dividem o controle do setor elétrico. Fiel aliado do Palácio do Planalto, o PMDB conquistou cargos-chave do setor, como o comando do Ministério de Minas e Energia e das estatais Furnas e Eletrobrás.

Na avaliação de peemedebistas próximos ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) --que sustentou a indicação do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) --o apagão precisa ser assumido como um problema de governo, e não de gestão.

Líderes do PMDB aceitam que Lobão preste esclarecimentos nas comissões do Congresso, mas querem evitar que o partido seja prejudicado com a "blindagem" deflagrada para evitar danos à candidatura de Dilma --pré-candidata do PT à sucessão presidencial.

A proposta de candidatura própria pode ainda ganhar fôlego com o grupo do presidente do PMDB paulista, ex-governador Orestes Quércia, Aliado do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o grupo defende que o PMDB apoie o nome do tucano na disputa --mas não descarta a candidatura própria do partido.

Setores do PMDB podem utilizar o abandono petista para ampliar o número de diretórios resistentes à aliança com o PT --que envolve além de São Paulo, pelo menos Pernambuco, Paraná e Bahia. Os dois partidos ainda enfrentam problemas em alguns Estados para selar a aliança --caso da Bahia, onde o ministro peemedebista Geddel Vieira (Integração) quer disputar o governo contra o petista Jaques Wagner, atual governador.

Impasse

Na tentativa de solucionar impasses nos Estados para a aliança, integrantes do PT e PMDB se reuniram na semana passada no início de uma série de conversas que têm como objetivo firmar o apoio dos peemedebistas à candidatura da ministra Dilma ao Palácio do Planalto. A "comissão" integrada por cerca de dez petistas e dez peemedebistas vai discutir, em vários encontros, possíveis soluções para os impasses estaduais à aliança nacional entre as duas legendas.

Os participantes da reunião afirmam que há Estados, como São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco, onde a aliança nacional dificilmente vai se repetir nas disputas aos governos estaduais. O grupo vai focar em Estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, onde petistas e peemedebistas esperam chegar a um acordo para candidaturas únicas.

O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), disse acreditar que, apesar dos impasses, não haverá recuo no pré-acordo firmado pela cúpula do PMDB para apoiar a candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Amor roxo... pois sim

VIDA NOVA



Depois de 32 anos de serviço público, Guiomar Feitosa Mendes, mulher de Gilmar Mendes, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), está se aposentando. Guiomar, que está há 23 anos no STF (Gilmar virou ministro há apenas sete anos) e já trabalhou com os ministros Marco Aurélio Mello e Carlos Ayres Britto, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), será agora gestora da área jurídica do escritório do advogado Sergio Bermudes, do Rio.

*****

Mônica Bergamo, porém, esqueceu um "pequeno" detalhe, diligentemente notado por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada.
Mulher de Gilmar vai trabalhar com advogado de Dantas. É a Grande Família!

A 'colonista' Mônica Bergamo informa na Folha de hoje que a mulher de Gilmar Dantas vai trabalhar como “gestora na área jurídica (?) do escritório do advogado Sergio Bermudes, no Rio.”
A 'colonista' Mônica Bergamo é excepcionalmente diligente e bem informada, até certo ponto. Por exemplo. Tão bem informada, ela se esquece de informar que Sergio Bermudes é um dos notáveis advogados dos 1001 advogados da milícia judicial de Daniel Dantas.
Ou seja, a mulher do juiz que, deu em 48hs, dois HCs a Daniel Dantas vai trabalhar com o advogado de Dantas.

Viva o Brasil!!!

Paulo Henrique Amorim

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Procurador vê crime e ação de Azeredo em mensalão tucano, mas deixou Aécio de fora


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Ministério Público acusa o senador Eduardo Azeredo deter patrocinado esquema de coleta de verbas eleitorais --esquema ficou conhecido como mensalão mineiro.

                                            
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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reafirmou nesta quarta-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) que "existe certeza do crime e imputações veementes da autoria" sobre a suposta arrecadação ilegal de recursos para a campanha de reeleição ao governo de Minas Gerais do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), em 1998. O esquema ficou conhecido como mensalão mineiro.

O STF analisa nesta quarta-feira denúncia do Ministério Público Federal proposta pelo ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza, que acusa Azeredo de ter cometido por sete vezes o crime de peculato e por seis vezes lavagem de dinheiro.

Gurgel disse que os indícios são claros de que foram desviados R$ 3,5 milhões por meio de contratos de publicidade firmados com a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) e Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais) pela SMPB, agência de Marcos Valério (apontado como o operador dos dois mensalões), para financiar a campanha de Azeredo.

Segundo o procurador-geral, tanto a cúpula do governo de Minas --incluindo Azeredo-- e o comando da campanha de reeleição tinham conhecimento de um esquema de desvio de recursos públicos por empréstimos fictícios e patrocínios superfaturados.

"Todos os denunciados tinham consciência que a captação de recursos teriam como formado o quadro delituoso descrito que não teria tido sucesso sem a cúpula do governo de Minas Gerais e da campanha de reeleição de Azeredo. Foram empréstimos fictícios em favor da campanha cujo o implemento partiu de recursos públicos e de empresas privadas com interesses no Estados", afirmou.

Gurgel disse que ficou claro o envolvimento do comando da campanha do tucano com o publicitário Marcos Valério. "O senador e o comando da campanha mantinha intenso relacionamento com o núcleo que operou o esquema. Houve uma série de telefonemas a Marcos Valério. Foram 72 ligações, sendo 57 telefonemas do próprio Marcos Valério", disse.

Para o procurador, chamou atenção o fato de que a Copasa jamais tinha patrocinado eventos esportivos. "A Copasa jamais patrocinou esse tipo de evento e nem depois de 1998 voltou a repetir. As contas da companhia mostram ainda que seus patrocínios não passavam de R$ 400 mil", afirmou.

O relator do caso no Supremo, ministro Joaquim Barbosa, deve propor a abertura da ação penal contra o senador e ex-governador, como fez no caso do mensalão.

O senador será investigado pelo STF, cabendo à Justiça Federal em Minas analisar o processo que envolve Valério e os outros investigados.

O Supremo analisa se a denúncia apresenta indícios de autoria e materialidade dos crimes apontados pelo procurador. Presentes os indícios, a denúncia é recebida e a Corte abre ação penal contra o investigado, que se torna réu.

Se os ministros considerarem ausentes esses indícios, a denúncia é rejeitada e o inquérito é arquivado. Em sua defesa prévia, Azeredo nega o envolvimento no esquema e afirma que o Ministério Público não descreveu qualquer "fato criminoso" praticado por ele. Da Folha amiga dos tucanos
A Folha escondeu Aécio

O GOVERNADOR Aécio Neves é mencionado na lista de Cláudio Mourão como tendo recebido R$ 110 mil na campanha que fazia para deputado federal em 1998. Virgílio Guimarães, Gil Pereira, Ana Maria e Jairo, dentre outros também são citados na lista, tendo recebido R$ 50 mil cada

ISTOÉ revela relatório da Polícia Federal com a radiografia do caixa 2 da campanha do PSDB ao governo de Minas Gerais em 1998. Envolve o governador Aécio Neves, deputados federais e estaduais em um total de 159 políticos de 17 partidos. Reveja

Alencar defende Dilma para prosseguir trabalho de Lula

O vice-presidente da República, José Alencar, afirmou ontem quarta-feira (4), que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é a melhor opção presidencial para "prosseguir o trabalho que Lula iniciou". Para ele, o Brasil vive um ótimo momento e quem quer que seja eleito em 2010 terá que dar continuidade ao atual programa de governo. Foi a primeira vez que o vice apoiou explicitamente Dilma.

"É natural que haja quem prossiga o trabalho que Lula iniciou, especialmente Dilma", disse durante a gravação do programa 3 a 1, da TV Brasil, que vai ao ar nesta quarta-feira, às 23h.

Segundo Alencar, Dilma conhece e acompanha todos os programas do atual governo. "Como chefe da Casa Civil, que é como se fosse uma superintendência, ela está a par de tudo e está preparada para dar continuidade a todos esses programas que o Brasil precisa."

Sobre uma possível candidatura para as próximas eleições, ele afirmou apenas que, se não tiver condições, não vai "levar seu nome ao palanque". "Já tinha planejado minha morte porque esse tumor é recorrente. Com esse negócio de que Deus está me curando, tenho que começar tudo de novo, reprogramar minha vida."

Crítica aos juros, 'a rubrica mais pesada'

Alencar voltou a criticar a política monetária adotada pelo Banco Central. Depois de afirmar que tem uma grande “ojeriza” a juros, ele lembrou que o Brasil não registra inflação de demanda, uma vez que se mantém como país de “subconsumo”.

“A inflação é inócua e desnecessária, porque não há expectativa de demanda. O presidente prega que as pessoas comprem e invistam para que haja emprego. Mas se ele prega para que as pessoas comprem, e a política monetária adota uma posição que inibe o consumo, algo está errado”, disse, ao participar da gravação do programa 3 a 1, da TV Brasil, que vai ao ar hoje (4), às 23h.

Alencar ressaltou que o governo gastou mais de R$ 1 trilhão nos primeiros sete anos de governo na rubrica representada pelos juros. “É a rubrica mais pesada no Orçamento da União”, disse. Para o vice-presidente, se o governo tivesse usado uma taxa nominal de juros que representasse a metade da adotada atualmente, o país teria economizado R$ 600 bilhões.

“Teríamos oito PACs [Programa de Aceleração do Crescimento]. Teríamos aplicado esses recursos em alguma coisa que representasse desenvolvimento, mas estamos transferindo para especulação financeira. É jogar dinheiro pela janela”, disse, ao se referir ao governo e ao Banco Central.

Lula, inteligente, sensato 'um fenômeno'

O vice-presidente garantiu que, mesmo durante a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no país, “jamais” faria prevalecer suas ideias em referência à política monetária adotada no país. “Seria, de certa forma, uma burrice porque Lula voltaria com tudo para trás no momento em que chegasse”, disse.

“Uma coisa é ser substituto, outra coisa é ser sucessor, o que só acontece na saída do presidente. Na substituição, temos que compreender que o presidente está vivo e presente. Se preciso tomar uma decisão inusitada, entro em contato com ele antes de fazê-la. Faria isso naturalmente, sem nenhum demérito ao meu mandato.”

Alencar disse que Lula é um governante “muito inteligente", que toma decisões sensatas. Além de ter vocação para administrar. “Um fenômeno na administração pública. Nunca imaginei que ele pudesse realizar um trabalho na esfera internacional.”

Com informações da Agência Brasil

domingo, 1 de novembro de 2009

Rosane Collor diz que recebeu ameaças por ser um "arquivo vivo"


da Folha Online

A ex-primeira-dama brasileira Rosane Collor, que em 2005 terminou seu casamento com o ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello, denunciou ter recebido ameaças por se considerar um "arquivo vivo", e, por essa razão, teme por sua vida, informou neste sábado a imprensa do Rio de Janeiro.

"Se digo que não tenho medo estaria mentindo. Acho que Deus me ama e não vai permitir que nada de mal me aconteça, mas que sou um arquivo vivo eu sou", disse Rosane em declarações concedidas ao jornal "Extra".

Em 2006, Rosane Malta --nome que utiliza após a separação-- relatou que quando seu ex-marido planejava voltar à vida política --após 14 anos afastado por um escândalo de corrupção que lhe custou a Presidência-- ela recebeu uma ameaça contra sua vida.

"Eu ia para o lançamento do disco evangélico de Cecília de Arapiraca e uma pessoa me disse por telefone que se fosse ao evento, eu não voltaria", disse.

Na época, Rosane confirmou a acusação da religiosa de Arapiraca, que assegurou que Collor participava de rituais satânicos.

A ex-primeira-dama ainda reivindica a metade do patrimônio do ex-presidente na Justiça. Atualmente, ela diz receber uma pensão de R$ 13 mil, o equivalente a um terço do que recebia na época da Presidência.

Juízes querem alterar nomeação para STF

Os juízes querem mudar o sistema de indicação de ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF), mais alta instância do Judiciário. Eles avaliam que o modelo atual, que confere exclusividade ao presidente da República na composição da corte, se reveste de inquestionável interferência política. Em seus dois mandatos, o presidente Lula já nomeou 8 dos 11 ministros do STF e mais de 50% dos quadros dos outros tribunais superiores - o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho e o Superior Tribunal Militar

Lula no STF

Até o final de seu mandato, Lula terá ainda a oportunidade de nomear mais um integrante da Suprema Corte, totalizando nove ministros. Em agosto de 2010, o ministro Eros Grau completará 70 anos de idade e será compulsoriamente aposentado.

Lula foi responsável pela indicação dos ministros Antonio Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Enrique Ricardo Lewandowski, Eros Roberto Grau, Joaquim Barbosa e José Antonio Toffoli.

No governo Fernando Henrique foram indicados os ministros Gilmar Mendes --atual presidente do STF-- e Ellen Gracie Northfleet. O ex-presidente Fernando Collor de Mello nomeou o ministro Marco Aurélio Mello; enquanto o ex-presidente José Sarney indicou Celso de Mello, o mais antigo da atual composição.