terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quem é Collor para mandar Simon digerir o que disse?

Senador de Alagoas reforça tropa de choque do presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP) e, em tom agressivo, pede que colega gaúcho “digira e faça o uso que julgar conveniente” das palavras ditas na tribuna.
Debate em torno da crise aumentou a temperatura da primeira sessão depois do recesso.
Tudo começou quando Simon, mais uma vez, voltou a sugerir o afastamento de Sarney frente às inúmeras denúncias que o acometem – do uso da estrutura do Senado, passando pelo desvio de dinheiro por meio de patrocínio da Petrobras à Fundação José Sarney, até a participação do senador na emissão de atos administrativos secretos. “Vossa excelência não tem condições de levar adiante as reformas que precisam ser feitas [no Senado]”, disse Simon, dirigindo-se a Sarney, que estava em seu gabinete no momento do discurso.
Diante da disposição do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em se manter no comando do Senado, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Renan Calheiros (AL), líder do PMDB na Casa, protagonizaram um bate-boca que aumentou a temperatura da sessão não deliberativa pós recesso desta tarde. Citado na conversa, o ex-presidente da República e agora senador por Alagoas, Fernando Collor de Mello (PTB), pediu um aparte para reagir de forma veemente contra Simon.
“São palavras em relação a mim e às minhas relações políticas. São palavras que eu não aceito, e que quero o senhor as engula e as digira como julgar conveniente. As minhas relações são conhecidas e das quais em algum momento me arrependi”, disse Collor, olhando fixamente para Simon, que ocupava a tribuna. No calor da discussão, Collor radicalizou: “Eu lhe peço, encarecidamente, que, antes de citar o meu nome desta tribuna, engula, digira, e faça dela [a palavra] o uso que julgar conveniente. Da próxima vez que o senhor pronunciar meu nome nesta Casa, vou ser obrigado a relembrar alguns fatos, alguns momentos talvez extremamente incômodos para vossa excelência.”
Quem é Fernando Collor para mandar Pedro Simon digerir o que disse?
Escurraçado do governo quando era presidente não sendo cassado porque renunciou antes ao cargo, pilhado em ações nebulosas de caixa dois dentro do governo e (i) responsável pelo confisco da poupança que levou alguns brasileiros ao suicídio, Fernando Collor de Melo não tem moral para mandar o ínclito senador gaúcho engolir o que disse.
O que Simon afirmou na tribuna do Senado não é nenhuma inverdade. A certa altura de sua fala, Simon se dirigiu a Renan e lembrou os momentos que antecederam o governo Collor, na ocasião em que uma suposta reunião trataria de sua candidatura. “Vossa excelência foi lá para a China fazer um acordo com o [então] Fernando Collor, e, antes de Collor ser afastado, vossa excelência o largou”, bradou Simon, em menção ao impeachment sofrido por Collor em 1992. “E lá pelas tantas apareceu de ministro da Justiça de Fernando Henrique. E lá pelas tentas largou o Fernando Henrique. E agora é homem de confiança do presidente Lula”, arrematou.
Ora,ora,ora. Renan, Collor, Sarney são tudo farinha do mesmo saco. O pior é que Lula está acompanhado desse pessoal. Collor querer dar uma de moralista pra cima de Simon na defesa de seu colega Renan Calheiros é brincadeira. É querer zombar da inteligência da gente. É querer fazer pensar que agora, depois de oito anos sem mandato virou um político moralista e ético. Tenha santa paciência. O senador Jarbas Vasconcelos tem razão. Ele não viu em nenhum momento da discussão nenhum senador sair em defesa de Simon. Apenas na defesa de Renan Calheiros e de José Sarney. Este é o Senado que merecemos!

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