sábado, 29 de agosto de 2009

Infrações de trânsito leves e médias podem ser trocadas por advertência

Um artigo no Código de Trânsito Brasileiro, se fosse conhecido da população, poderia evitar o desembolso de dinheiro com muitas multas do País. Segundo a lei, quem cometeu infração leve ou média pode, em alguns casos, pedir para ser punido com advertência por escrito, em vez de pagar multa.
Para isso, o motorista não pode ser reincidente na mesma infração nos últimos doze meses. O artigo 267 determina ainda que o infrator passe por uma análise anterior. Segundo o código, a alteração vai ser decidida quando "a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa".
No Rio de Janeiro, o artigo causa confusão no Departamento Estadual de Trânsito do Estado. No início deste mês, o órgão enviou um ofício ao Conselho Estadual de Trânsito (Cetran) para esclarecer alguns pontos do código.
Para o Detran do Rio, o texto, ao utilizar a palavra “poderá”, não deixa clara a obrigatoriedade dos órgãos de trânsito de conceder a troca de multa por advertência. "Algumas pessoas já conseguiram o benefício, mas são casos raros, já que poucas pessoas conhecem o código de trânsito e principalmente o artigo 267", informou a assessoria do órgão.
No Paraná, Elba Cassia Gomes, da Coordenadoria de Infrações do Departamento Estadual de Trânsito do Estado (Detran-PR), também afirma que, apesar de estar no código, são poucos os casos de recurso por troca de multa por advertência.
"Qualquer cidadão que tenha interesse na aplicação desta modalidade de penalidade, conforme previsto no Código de trânsito Brasileiro, deverá se manifestar durante a defesa prévia", orienta.
Entre as infrações leves, estão usar buzina em locais e horários proibidos pela sinalização e transitar com o veículo na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circulação exclusiva para determinado tipo de veículo. O valor da multa aplicada nesses casos é de R$ 53,20. Já transitar com o veículo desligado ou desengrenado, em declive, e andar com o veículo com lotação excedente são exemplos de infrações médias, que podem ser punidas com multa de R$ 85,13.
Troca de penalidade

Para fazer a solicitação de troca de penalidade, o motorista deve ir ao Detran de seu Estado, com formulário com as alegações de defesa devidamente assinado pela parte interessada ou procurador identificado; fotocópia da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com foto ou Cédula de Identidade (RG); qualificação completa do requerente (nome do interessado; endereço; números de RG, CPF e CNH) e dados do veículo (placa e marca/modelo) e cópia da Notificação de Autuação.
De acordo com Elba, o motorista infrator tem em média 30 dias após a expedição da notificação para fazer a solicitação. Depois disso, "os recursos de defesa prévia de competência do Detran/PR são julgados hoje num prazo médio de 90 dias", informa a coordenadora.
No Paraná, os recursos são julgados pelos analistas da Coordenadoria de Infrações. Em 2009, o Detran-PR registrou até julho 168.482 infrações leves e 369 mil infrações médias.

Tumor de José Alencar voltou a crescer

Tratamento feito pelo vice-presidente nos EUA foi considerado insuficiente pelos médicos para combater o problema O vice-presidente José Alencar fez exames nesta sexta-feira (28), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, que comprovaram o aumento do tumor em seu abdôme. Embora tenha recebido essa notícia, Alencar se mostrou confiante. "Eu quero dizer que não estou entregue. Estou entregue a quem sempre estive, a Deus", afirmou. O vice-presidente ainda vai definir os rumos de seu tratamento.
Alencar afirmou que se sente bem e seu quadro clínico é estável. "Estou da mesma forma como estava, não mudei nada", disse. Na saída do hospital, após reunião demorada com os médicos, disse que vai levar em consideração todas as orientações que recebeu.
O tratamento feito nos Estados Unidos foi considerado insuficiente pelos médicos para combater o problema, segundo informou, ainda, a chefia de gabinete do vice-presidente.
"Vamos ver qual decisão vou tomar. Se for a de quimioterapia, irei fazer com confiança. Temos que fazer as coisas com confiança. Se me convencer de que esse tratamento é correto vou obedecê-lo", disse.
Mostrando serenidade, Alencar disse que não vai perder a esperança. "Se Deus quiser me levar, nem precisa de câncer para isso".

Câncer

Alencar luta contra o câncer no abdôme há 12 anos. Em 24 de julho ele se submeteu à 15ª cirurgia, desta vez por causa de uma obstrução no intestino grosso. A operação mais agressiva aconteceu em janeiro, quando os médicos levaram 18 horas para retirar tumores na região abdominal.
Nos Estados Unidos, Alencar passava por um tratamento experimental testado, com sucesso, em 30 pacientes. Diferentemente da quimioterapia, o remédio ataca apenas as células que provocam o tumor, evitando que elas continuem a agir.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Após decisão do STF, Palocci faz planos para 2010

O Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou nesta quinta-feira, por 5 votos a 4, a denúncia por quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa contra o ex-ministro da Fazenda e deputado federal Antonio Palocci (PT-SP).Livre do processo, o parlamentar tem agora condições para disputar cargos de maior expressão nas eleições de 2010. Ele é cotado, por exemplo, para ser o candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo.
"A análise exaustiva e pormenorizada dos autos permite concluir que não há elementos mínimos que apontem para a iniciativa do então ministro da Fazenda e, menos ainda, que indiquem uma ordem dele proveniente para a consulta, emissão e entrega de extratos da conta-poupança de Francenildo dos Santos Costa", destacou em seu voto o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, relator do caso.
A maioria do Supremo acompanhou o voto do relator, rejeitando a sugestão da Procuradoria-Geral da República para o acolhimento da denúncia.
Ocorrido em 2006, o escândalo envolvendo Palocci custou-lhe o cargo e o status de nome natural dentro do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na época, Francenildo relatou à imprensa que Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP), encontrava-se com lobbistas em uma casa de Brasília, suposto local de distribuição de dinheiro e festas privadas.
Depois da denúncia, o caseiro teve seu sigilo bancário quebrado e divulgado para a imprensa por conta de um alto valor depositado em sua conta. Os recursos poderiam justificar a tese de que ele estava a serviço da oposição.
Francenildo alegou que o dinheiro viera de seu pai, que realizava os depósitos em segredo por ele ser um filho ilegítimo.
O ex-assessor de imprensa do então ministro da Fazenda, Marcelo Netto, acusado de ser o responsável pelo vazamento dos dados bancários do caseiro, também foi inocentado pelo STF.
Já o então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, suspeito de ser o operador da quebra do sigilo bancário, virou réu e será julgado por um tribunal de primeira instância. O caso estava sendo apreciado pelo STF porque Palocci, por ser deputado federal, tem foro privilegiado.
"Os indícios de autoria relativamente a Antonio Palocci Filho e Marcelo Netto são débeis, frágeis e tênues. Baseiam-se em meras presunções e meras especulações", comentou o ministro Ricardo Lewandowski.

Discurso repetido

A disputa, entretanto, foi acirrada. Quatro dos nove ministros do Supremo queriam dar prosseguimento à investigação. O STF tem 11 integrantes, mas os ministros Menezes Direito e Joaquim Barbosa estão em licença médica.
Para o ministro Carlos Ayres Britto, o STF deveria receber a denúncia porque havia indícios suficientes para dar início à ação penal.
"Esse caso é emblemático porque envolve um cidadão comum, do povo, um homem simples que teve a coragem de, inclusive num fórum público, a CPI dos Bingos, revelar o que lhe parecia deslize e desvio de comportamento de autoridades ou pelo menos de uma autoridade de primeiro escalão", sublinhou Ayres Britto.
"Justamente contra esse cidadão comum, homem simples mas destemido e corajoso e desassombrado, se desencadeou a quebra do sigilo bancário dele e o vazamento dos dados para toda a imprensa, como se uma pessoa pobre, simples e comum não tivesse o civismo suficiente para, sem interesses subalternos, revelar fatos que impunham às autoridades apurar pelo menos a sua aparência de ilicitude penal", acrescentou o ministro, repetindo o mesmo discurso que a mídia usou contra Palocci quando surgiram as primeiras acusações osbre a quebra de sigilo do caseiro.
Sentado na primeira fila de cadeiras à frente do plenário do Supremo, Francenildo dos Santos Costa acompanhou todo o julgamento que lhe impôs uma derrota no embate contra Palocci. Saiu do tribunal sem falar com os jornalistas e escoltado por um advogado.

Planos para 2010

Reportagem desta sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo diz que com a decisão favorável do STF, Palocci deverá ser o candidato do PT ao governo de São Paulo em 2010. Segundo o jornal, ele teria feito este acerto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fim de tentar 'limpar o nome' numa eleição majoritária para voltar a ser uma estrela de primeira grandeza.
Segundo a Folha, mesmo livre judicialmente da acusação de quebra do sigilo do caseiro, Palocci não é visto por Lula como uma alternativa no jogo presidencial. Lula acha que, politicamente, ele ainda precisa responder aos eleitores.
Apesar do otimismo de Lula com a candidatura de Palocci em São Paulo, pesquisas qualitativas em poder do PT paulista revelam que a situação de Palocci não é tão simples assim. A lembrança de um poderoso ministro que quebrou o sigilo bancário de um caseiro grudou no petista e, por isso, seu índice de rejeição aumentou. Levantamentos feitos sob encomenda do PSDB também vão nessa direção.
Nos bastidores do PT, até os amigos de Palocci dizem que, se ele for mesmo concorrer ao governo de São Paulo, terá de reconstruir a imagem de gerente da economia, na tentativa de remover as cicatrizes deixadas pelo escândalo que o derrubou da Fazenda, em março de 2006. Mas não vai ser fácil para o ex-ministro conquistar alianças pela esquerda, já que em sua passagem pelo governo Palocci mostrou-se conservador e pouco afeito às bandeiras defendidas pelos movimentos sociais.

"Petista neoliberal"
Por isso mesmo, não está no horizonte do Planalto, devolver Palocci ao corpo ministerial do governo. Quando foi ministro da Fazenda, Antonio Palocci estabeleceu uma aliança nefasta com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dando à política econômica dos primeiros anos do governo Lula um caráter conservador e muito próximo do que havia sido a política neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso.
Palocci chegou a manter em seus postos de comando uma boa parte dos economistas e funcionários de alto escalão da Fazenda que atuaram no governo FHC. Sua política econômica ortodoxa gerou desavenças dentro do próprio governo, que passou internamente a conviver com duas alas: a dos "rentistas" liderada por Palocci, Meirelles e Paulo Bernardo e a dos ditos "desenvolvimentistas", grupo do qual faziam parte o ex-ministro José Dirceu, a ministra Dilma Roussef e o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

“Bom reavivar a memória da nossa gente”

Invocando a frase acima, o candidato Fernando Collor atacou Sarney no horário eleitoral de 1989 e acusou o então presidente de apadrinhar acusados de corrupção.
“Político de segunda classe”, “cidadão de más intenções”, “irresponsável”, “fraco”, “omisso”, “um dos piores presidentes que o Brasil teve a infelicidade de ter”. O repertório de adjetivos utilizados pelo então candidato Fernando Collor de Mello para se referir ao então presidente da República, José Sarney, em horário nobre da TV, em 1989, é o mais novo sucesso da série “esqueçam o que eu disse” a correr pela internet.
Em pleno horário eleitoral, Collor acusava Sarney de tentar tumultuar o processo eleitoral para favorecer a candidatura do apresentador de TV Silvio Santos (que acabou barrada pela Justiça eleitoral) com o objetivo de se tornar um “ditador de opereta”.
As imagens e o áudio se deterioraram com o tempo, mas é possível identificar todo o teor postado, no último dia 4, por um usuário identificado como “Olhos da Eternidade” no YouTube.
Confira:
Carona na história
“É bom reavivar a memória da nossa gente”, dizia Collor, quase que profeticamente, antes de disparar nova artilharia verbal contra o passado do então desafeto.
“O senhor sempre foi um político de segunda classe, o senhor nunca teve uma atitude de coragem, o senhor pegou uma carona na História, beneficiando-se de uma tragédia que emocionou o país. O senhor é culpado pela maior inflação de todos os tempos, o senhor arrochou o salário do trabalhador brasileiro, o senhor contrariou a vontade de todos e insistiu em ficar mais um ano na presidência”, disse Collor, dirigindo-se ao então presidente da República.
Os ataques prosseguiram: “O senhor passou todo o tempo do seu governo apadrinhando seus amigos e familiares, muitos dos quais sendo processados por atos de corrupção. E ao mesmo tempo perseguiu implacavelmente todos os que discordaram de seus métodos e seus atos, como fez comigo e com o povo de Alagoas, tudo porque fui o único governador a não concordar com cinco anos de mandato, com o seu clientelismo e fisiologismo. Agora, quando todo o país quer vê-lo pelas costas o senhor golpeia o processo democrático e põe em risco nossas instituições. Me responda, senhor José Sarney: por que o senhor tem receio da mudança no Brasil? O senhor está com medo de quê? O senhor está com medo de perder seus privilégios e mordomias? Talvez. Ou está com medo de ter seu governo investigado, devassado? É, o senhor tem mesmo razão em ter medo, porque eu vou mesmo levantar a sujeira do seu governo e pôr os corruptos na cadeia”.
O discurso implacável do então candidato à presidência pelo PRN contrasta com a defesa veemente com hoje senador do PTB de Alagoas tem feito ao atual presidente do Senado, o mesmo José Sarney.
“Esta Casa não pode se agachar. Não pode e não haverá de se agachar àquilo que a mídia, ou certa parte da mídia, deseja. Ela não conseguirá retirar o presidente José Sarney desta cadeira. Não conseguirá”, discursou Collor na fatídica sessão do último dia 3, depois de dizer que estava ao lado de Sarney e mandar o senador Pedro Simon (PMDB-RS) engolir e digerir como lhe conviesse as próprias palavras (leia mais).

EUA: traficante aplicou na privatização de FHC via Dantas

Em seu Conversa Afiada, o incansável Paulo Henrique Amorim faz a sua leitura da reportagem da Folha de S.Paulo desta terça-feira (25), Governo americano rastreia operações suspeitas de Dantas. E agrega que o Opportunity Fund, de Daniel Dantas e sua irmã Verônica, "o banco da privatização", que tem "narcotraficante como cliente", é "o fundo onde podem estar provisoriamente adormecidos os nomes dos políticos demo-tucanos e seus acólitos". Veja a íntegra.
O corajoso repórter Rubens Valente da Folha, onde também trabalha Andréa Michael, publica hoje na página A8 importante reportagem, que vai deixar os demo-tucanos em pânico. Vem muita “crise” por aí:
“Governo americano rastreia operações suspeitas de Dantas – funcionário do Departamento de Justiça vê indícios de que banqueiro tentou ocultar origem de US$ 242 milhões de fundo. Dantas e sua irmã Verônica, réus na Satiagraha, teriam criado quatro empresas para abrir contas em Londres, Luxemburgo [Em Luxemburgo, suspeita-se, está a conta que Sergio Motta teria aberto para Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Mario Covas] e Nova York. Dantas transferiu US$ 52 milhões um dia antes da Saitagraha”.
Permito-me adicionar algumas informações ao corajoso trabalho de Valente:
Essa investigação envolve um banco internacional, que teria avisado a Dantas e a sua irmã Verônica que o UBS e o Safra estariam para fazer acordo com autoridades americanos e identificar clientes suspeitos de lavar dinheiro.
A Folha, que publicou uma entrevista com Dantas depois de condenado e perguntou a ele o que achou da investigação, não diz o que é esse Opportunity Fund.
Esse Opportunity Fund é o banco da privatização do Fernando Henrique Cardoso.
É o fundo que o Daniel Dantas usou para comprar a Brasil Telecom e ter uma participação – ilegal – na Telemar.
Logo, é o fundo onde podem estar provisoriamente adormecidos os nomes dos políticos demo-tucanos e seus acólitos, que participaram e apoiaram entusiasmadamente a privatização.
Privatização essa, como se sabe, em que o Farol de Alexandria [como PHA chama o ex-presidente], aparece como a “Bomba Atômica”, que o André Lara Resende diz que usaria para fechar o acordo que precisava.

Patrões e trabalhadores disputam espaço em debate na Câmara

Os parlamentares lotaram o plenário, os empresários encheram as galerias, inaugurando uma prática tradicional dos trabalhadores, que, dividindo o espaço com os patrões, ocuparam ainda o salão verde da Câmara para acompanharem, na manhã desta terça-feira (25), o debate sobre a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais.
O ministro do Trabalho, Carlos Luppi, o primeiro a falar, fez a defesa da proposta, lembrando que em 1988, quando a Constituição reduziu de 48 para 44 a carga semanal de trabalho, os patrões utilizaram a mesma argumentação que apresentaram hoje, com ameaças de falências e desemprego e nada disso ocorreu.

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, ironizou que eles estão com adesivo defendendo as 44 que tanto combateram em 1988. O empresariado ostentou nas lapelas o adesivo com as palavras "44 é mais emprego". O parlamentar disse ainda que de todas as queixas que os empresários fazem da vida das empresas nunca houve crítica à jornada de trabalho.
O ministro Luppi citou o exemplo de vários países em que a média da jornada de trabalho é inferior a 40 horas semanais e que estão se desenvolvendo economicamente, como a China e a Índia, além de países da Europa.
Ao final da fala do ministro, os trabalhadores se manifestaram com aplausos e palavras de ordem: “40 horas já”. O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), disse que as manifestações deviam ocorrer a cada 10 oradores e ameaçou suspender a sessão em caso de manifestações negativas, como as vaias que os trabalhadores lançaram para o segundo orador, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o deputado Armando Monteiro (PTB-PE).
Monteiro tentou responder ao ministro, dizendo que os países que concorrem com o Brasil tem jornadas mais altas e que no Brasil a média da jornada já é inferior a 44 horas. E insistiu com a proposta de que a redução ocorra pela negociação, setor a setor. Segundo ele, a lei nivela situações distintas e se revela inadequada.
A proposta que está pronta para ser votada em plenário, de autoria do então deputado e hoje senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), reduz a carga de trabalho das atuais 44 para 40 horas semanais, com manutenção do salário. E eleva de 50% para 75% o adicional a ser pago pela hora extra.
Os 30 oradores inscritos se revezaram no microfone, durante quase quatro horas de debate, em alegações a favor e contra a proposta. As centrais sindicais escalaram suas lideranças para defenderem a proposta, enquanto os empresários apresentaram líderes de vários setores econômicos para convencer os parlamentares de votarem contra a proposta.

MomNegritoento de votar
O deputado e líder sindical Paulinho da Força apresentou um requerimento, assinado pelos líderes de vários partidos, a exceção do líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), pedindo ao Presidente da Casa a preferência de votação para a matéria. Ele disse que a proximidade das eleições é o momento oportuno para votação da proposta para que os parlamentares demonstrem, “se fica com quem paga a eleição ou com quem vota.”
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, disse que falaria principalmente aos empresários, lembrando-os de que na constituição de 1988 foi usado o mesmo argumento que as empresas usam hoje de que elas quebrariam se fosse reduzida a jornada de trabalho. Dirigindo-se aos empresários, o líder sindical perguntou: “quebraram ou aumentaram os seus lucros?”
Quando houve o debate do reajuste do salário mínimo, os empresários diziam que se aumentasse o salário mínimo acima da inflação, as empresas não aguentariam, o que aconteceu foi que aumentou o consumo e conseguentemente o lucro das empresas.

Responsabilidade de todos
Gomes fez nova pergunta, desta vez dirigida a todo o povo brasileiro, para se contrapor à alegação de que a medida vai aumentar em 1,9% o preço final da mercadoria: ‘É melhor isso ou viver com trabalhadores desempregados?” acrescentando que “um exército de desempregados não beneficia o país.”
Ele disse ainda que não existe interesse dos trabalhadores de acabar com as empresas. “Nós temos responsabilidades”, ressaltou, cobrando dos empresariados a mesma responsabilidade de abrir vagas de trabalho, o que permitiria a criação de 2,5 milhões de empregos.
Sabe quem ganhará dinheiro com o crescimento da economia? Evidentemente que os empresários. Vocês têm razão ao dizer que o nosso País tem de dar prioridade ao desenvolvimento da indústria nacional, tem de dar prioridade à pequena e média empresa, que geram o dinheiro. Agora, tem de dar prioridade também ao povo brasileiro, para que tenha um padrão de vida digno para poder sobreviver”, concluiu.

Trabalhador escravo
O presidente do União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, usou sua fala para destacar a situação dos comerciários, a categoria que mais se beneficiará com a redução da jornada de trabalho. Ele admite que muitas categorias já trabalham menos que 44 horas, algumas até menos que 40 horas, mas o comerciário trabalha 54 horas por semana.
As mulheres, que são maioria no comércio, trabalham 54 horas por semana e cuidam da família, disse o líder sindical, para quem é preciso ver a realidade do país. Para ele, hoje no Brasil existem trabalhadores de primeira e de segunda categoria. Essa divisão se deve principalmente ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando os empresários conseguiram, por força de lei, colocar o comerciário para trabalhar domingos e feriados. “Fizeram do comerciário um trabalhador escravo”, enfatizou.
Ele, a exemplo dos outros oradores representantes dos trabalhadores, rejeitou a proposta dos empresários de negociar, setor a setor, a redução da carga de trabalho, lembrando que “naquele momento, os empresários não queriam negociar; queriam uma lei que transformasse o comerciário em escravo.”
De Brasília
Márcia Xavier

Lula: Só há crise política porque não houve colapso econômico

"Agora intentam, artificialmente, substituir o colapso econômico que não aconteceu por uma crise política que só a eles interessa e a ninguém mais nesta nação", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em evento no ABC Paulista. Sem citar nomes, Lula defendeu ponto por ponto sua política econômica, inclusive as expressões "espetáculo do crescimento" e "marolinha", e alfinetou a imprensa brasileira.
"Eu fico orgulhoso porque não sou só eu que falo mais, não. É só ler... Se vocês lerem a imprensa brasileira, vocês vão ver pouco. Mas leiam a imprensa estrangeira especializada em economia para vocês verem o que falam do Brasil a Alemanha, a França, a Espanha, a Inglaterra, os Estados Unidos, todo o mundo. Só aqui uns poucos aprenderam a vender só desgraça. Mas os números desmentem qualquer invenção teórica", polemizou.

"Miudezas estéreis e, não raro, desrespeitosas"

O longo discurso abordou diversos aspectos da política econômica, dos impostos às exportações, as reservas, a inovação tecnológica. Criticou "os meninos do Sindicato" por "querer que baixe os juros toda hora", dizendo que "estou com o olho no juro, como o olho na criação de emprego, mas estou com o olho na inflação também". E criticou a "cautela exagerada" ("Vejam a minha delicadeza: cautela exagerada") dos "empresários brasileiros de alguns setores", responsável pela " brecada que nós demos nos meses de novembro, dezembro e janeiro", que comparou a um cavalo de pau".
Sem citar nomes de políticos nem partidos, Lula distribuiu várias contestações a seus opositores. Atacou "a política pequena", "o engajamento em miudezas estéreis e, não raro, desrespeitosas, mas em torno das quais, infelizmente, se agarram num abraço de afogados certas esferas da vida nacional".
"A síntese da diferença entre nós e esses críticos é que mais de 500 mil brasileiros deixaram a linha da pobreza desde outubro de 2008, quando fervilhava o colapso do subprime nos Estados Unidos", disse o presidente.

A "singularidade" do Brasil do pré-sal

O pré-sal, cujo marco regulatório deve ser anunciado na próxima segunda-feira (31), ficou para o fim. "O meu compromisso é que parte do fundo que nós vamos criar com o dinheiro do petróleo seja destinada a recuperar o atraso educacional deste país, a recuperar o atraso tecnológico deste país e utilizar uma boa parte para acabar com a pobreza deste país", disse Lula.
Ele destacou que "não existe nenhuma empresa no mundo" com invetimentos como os previstos pela Petrobras, de US$ 174 bilhões até 2012. "Só navios, nós vamos ter que contratar mais de 200 navios. Só sondas serão 38. E nós queremos é que o valor, que os componentes nacionais sejam maioria em toda essa produção", defendeu.
Para o presidente, o Brasil é "uma economia destinada a ser uma das grandes exportadoras de derivados do petróleo do século 21. Com uma singularidade em relação a todas as demais: trata-se de uma economia industrializada, de um mercado de consumo de massa com mais de 100 milhões de pessoas e de uma democracia forte, sólida e sustentada pela consciência política do seu povo e cada vez menos tutelada pelo interesse elitista", sublinhou.

Cobrança sobre a propaganda de Serra

Em outra passagem, Lula se queixou de que "nem sempre" a ajuda federal aparece nas propagandas de televisão de prefeitos e governadores. Exemplificou que "poderia pegar o Rodoanel aqui [a grande obra dos governos tucanos de São Paulo, que passa pelo ABC], que de R$ 3,6 milhões que custa esse Rodoanel, R$ 1,2 bilhão foram dinheiro do Orçamento Geral da União".
O presidente mencionou em seu discurso o líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante (veterano frequentador de portas de fábrica do ABC). Presente no encontro, Mercadante vem sendo esquartejado pela mídia por não ter a ajudado a derrubar José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado. Lula pediu para "o Aloizio colocar no Twitter dele" uma retificação sobre como serão distribuidos os recursos do pré-sal.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sem grampos contra Gilmar

Do blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, transcrevemos esta importante notícia.

Polícia Federal não acha escuta no STF propalada por Veja

Perícias realizadas pela Polícia Federal excluem possibilidade de grampos contra o presidente do Supremo e o senador de Goiás. Resultado será divulgado esta semana.
A Polícia Federal vai encerrar nos próximos dias o inquérito que apura os grampos em torno do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), propalado pela revista da família Civita, a Veja.
Depois de um ano de investigações, a PF tirou suas conclusões: não houve grampo. O inquérito, aberto em agosto do ano passado, está correndo em segredo de Justiça, mas fontes oficiais confirmam que nenhuma das perícias detectou a existência de escutas telefônicas no STF, nem no Senado.
Porém, a apuração deve mostrar o autor de uma suposta transcrição — cuja origem não estaria em escutas telefônicas — divulgada pela imprensa.
O episódio por pouco não causou uma ruptura entre o Executivo e o Judiciário. “O próprio presidente Lula deve ser chamado às falas”, vociferou Mendes, à época.
O grampo foi atribuído pela mídia golpista à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), na época dirigida pelo delegado Paulo Lacerda, que também havia sido diretor-geral da PF.
Lacerda foi afastado do cargo e em dezembro do ano passado foi nomeado adido policial em Portugal. O caso também causou mal-estar entre os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Felix.
Jobim fez declarações contrárias à Abin, subordinada ao GSI, dizendo que a corporação teria equipamentos para esse tipo de grampo.
A Abin chegou a abrir uma investigação interna, mas também constatou que não foram seus os equipamentos que fizeram os supostos grampos.
A PF, então, decidiu abrir inquérito, cabendo a apuração aos delegados William Mourad e Rômulo Berredo, que hoje é adido policial na Itália.
Durante a investigação foram ouvidos servidores da Abin, da segurança do STF e do Senado. Além disso, foram realizadas perícias nas duas instituições e em equipamentos da agência, sem indícios de que os supostos grampos tenham sido montados de lá.
Além da Abin, outro acusado pela mídia de autoria do suposto grampo seria o delegado Protógenes Queiroz, que coordenou a Operação Satiagraha, desencadeada em julho do ano passado.
O objetivo era investigar Daniel Dantas, controlador do Banco Opportunity. Porém, o inquérito da PF, que deverá ter seu relatório finalizado até a sexta-feira (28), vai revelar que o suposto diálogo entre Gilmar e Demóstenes não partiu de ação policial.
Os agentes da Abin que investigaram na Operação Satiagraha na fase de inteligência da operação foram interrogados pela PF, mas nada de novo foi encontrado.
Em tempo: E cadê o Estado Policial? E cadê a babá eletrônica do Nelson Jobim? Por que o presidente Lula não chama o Paulo Lacerda de volta e nomeia o Protógenes Queiroz diretor geral da Polícia Federal?”
Novo Jornal

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Novo sistema de monitoramento reforça controle do Bolsa Família

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Patrus Ananias, apresentou nesta quinta-feira (20/8), em Brasília (DF), o Sistema de Monitoramento de Auditorias do Cadastro Único, que visa reforçar o controle do Bolsa Família e aperfeiçoar sua base de dados. Essa ferramenta online, resultado da evolução da série de iniciativas de fiscalização do programa, possibilita uma confirmação mais precisa dos processos de auditoria, pois confronta as informações extraídas de registros administrativos e base de dados diretamente com a realidade das famílias.
Por meio do Sistema, os gestores municipais informam dados adicionais dos beneficiários, específicos sobre cada uma das divergências de informação reveladas nas comparações realizadas. Ele permite ainda a identificação, de forma mais precisa, de inconsistências. Em 20 dias de funcionamento, 357 Municípios já acessaram a nova ferramenta e prestaram esclarecimentos para cerca de 6 mil registros apontados com algum problema de inconsistência, segundo as regras do Cadastro Único. Todos os indícios de incorreções apontados e disponíveis no Sistema deverão ser tratados pelos gestores municipais até 31 de outubro.
O ministro Patrus Ananais ressaltou que “a palavra de ordem no Ministério e no governo do presidente Lula é essa: tolerância zero com as fraudes. Com qualquer tipo de fraude no Bolsa Família. Sabemos que isso exige um acompanhamento permanente. Nós unificamos os cadastros, consolidamos um Cadastro Único que hoje é uma referência nacional, e também temos o mapeamento da pobreza no Brasil. Estamos aperfeiçoando esses mecanismos e envolvendo as Prefeituras no processo, pois também são responsáveis pela gestão do programa, junto conosco”.
O Sistema está em utilização e averigua famílias apontadas com incorreções de informações cadastrais pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No momento, estão sendo analisados os dados de 1,4 milhão de famílias cadastradas. Dessas, 835 mil são beneficiárias do Bolsa Família e terão os recursos do programa bloqueados em novembro, caso a situação não seja apurada. O cancelamento poderá ocorrer em fevereiro de 2010, se a atualização não for realizada.
“Essa sistema vai facilitar a vida dos Municípios, que têm a responsabilidade e atribuição legal de cadastrar e identificar as famílias. Será um instrumento fácil para eles trabalharem e registrarem as informações. Diminui a burocracia, representa rapidez na resposta, garantia e confiabilidade nas informações e baixo custo operacional”, argumentou a secretária nacional de Renda de Cidadania do Ministério, Lúcia Modesto.
Para analisar a auditoria do TCU, o sistema separou as demandas por grupos identificados: pessoas falecidas que ainda continuam como responsáveis pelo recebimento do benefício; indícios de proprietários de veículos que estariam acima do critério exigido pelo programa (renda mensal per capita de até R$ 140,00); políticos eleitos e suplentes, e ainda famílias que apresentaram suspeitas de subdeclaração de renda. Leia mais Aqui

Lula: "Oposição sem argumentos é pior que doença sem cura"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que a oposição está sem argumentos para fazer oposição, pois fica inventando qualquer coisa para atacar as pessoas. Segundo ele, quando isso ocorre é mais grave do que doença sem cura.
A declaração foi feita em discurso na inauguração de uma escola técnica em Ipanguaçu (RN), logo após o presidente relatar uma situação ocorrida no passado em que foi acusado pela oposição de ter ido ao Rio Grande do Norte inaugurar o muro de uma obra.
"Eles agora, deveriam ter a humildade para ver o que aquele muro está produzindo aqui no estado do Rio Grande do Norte. Eles deveriam ver a quantidade de murinho feito como se fosse uma cópia de um corpo humano entrando e saindo daquela universidade. Na verdade, uma oposição, quando não tem argumento para fazer oposição, é pior do que doença que não tem cura. É pior, porque eles ficam inventando qualquer coisa, e vale qualquer coisa para fazer ataque às pessoas. Eu estou naquela fase da minha vida que é o seguinte: enquanto os cães ladram, a caravana passa e eu tenho que governar este país", disse Lula.
O presidente também alfinetou a oposição ao falar sobre as realizações do governo na área de educação. "Faço questão de dizer que é para provocar aqueles que não gostam de mim. Faço questão de dizer: este país teve a Proclamação da República no dia 15 de novembro de 1889, portanto, já faz 120 anos que foi proclamada a República. De lá para cá, em 120 anos, a gente vem elegendo presidente atrás de presidente. Em 103 anos, eles fizeram apenas 140 escolas técnicas e nós, em oito anos, vamos fazer 214 escolas técnicas. Mas não é apenas isso. Aqui os estudantes sabem o que está acontecendo nas universidades brasileiras. Nós, em apenas sete anos, já fizemos 12 universidades novas, tem mais quatro no Congresso Nacional, que eu queria pedir o apoio dos deputados e deputadas, porque nós estamos fazendo... queremos fazer uma universidade latino-americana, em que vai ter estudante de toda América Latina, professor da América Latina, o currículo será latino-americano, a história será a da América Latina, professores brasileiros, latino-americanos, estudantes brasileiros, latino-americanos. E também queremos fazer uma universidade para pagar uma parte da dívida que o Brasil tem com os negros, com a África, que é fazer, na cidade [estado] do Ceará, lá em Redenção, fazer uma universidade afro-brasileira. Metade dos alunos africanos e metade dos alunos brasileiros, para que a gente possa dar a nossa contribuição. Já que a gente não pode pagar o que a gente deve do trabalho dos escravos no Brasil com dinheiro, a gente paga com gesto, com solidariedade e com comportamento diferenciado para aquelas pessoas que mais precisam do Brasil", afirmou Lula.
Além de entregar a escola técnica em Ipanguaçu, mais seis unidades de ensino do Instituto Federal do Rio Grande do Norte foram inauguradas nos municípios de Caiacó, Apodi, Pau dos Ferros, Santa Cruz, Macau e João Câmara.
Jovens na vida política
Na mesma solenidade, Lula pediu para os jovens participarem da vida pública. "Eu sei que tem muita gente desanimada com a política", admitiu o presidente, para depois emendar: "não é justo" este sentimento, pois político tem mandato, e por isso é possível 'limpar tudo' de quatro em quatro anos".
"Sabe aquele dia em que você está em casa vendo a televisão e pensa: eu não quero mais saber desta porcaria, não quero mais votar em ninguém! Neste dia, pense o seguinte: por que você não entra para a política?", declarou.
"Possivelmente o político que vocês querem não está em mim, pode estar dentro de cada um de vocês", completou o presidente, dirigindo-se aos estudantes.
Por fim, Lula disse que não adianta votar, e logo depois criticar o eleito. É necessário fazer parte do processo. "Se a juventude brasileira não participar, a gente vai ter pouca chance de renovar a política brasileira".
Mais cedo, em entrevista a emissoras de rádio do Rio Grande do Norte, o presidente negou que o PT esteja em crise, mesmo com o comunicado pela manhã de que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) deixará a liderança da legenda. Segundo ele, "o PT continua forte e com muitas possibilidades".

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Miro: Por uma CPI da mídia

A “guerra nada santa” travada entre as TVs Globo e Record comprova que existe algo de muito podre no reino dos poderosos e impenetráveis impérios midiáticos do país. Os barões da mídia, por razões políticas e na busca por audiências sensacionalistas, adoram impor a instalação de Comissões Parlamentares de Inquéritos. A “presunção de culpa” se sobrepõe à “presunção da inocência”, inscrita na Constituição, e reputações são jogadas na lata de lixo da noite para o dia. A agenda política fica contaminada pelo denuncismo vazio, que rende pontos no Ibope e novos anunciantes, e que ofusca o debate sobre os problemas estruturais da democracia brasileira.
O processo sui generis de concentração da mídia nativa e sua alta capacidade de manipulação de corações e mentes são, de fato, graves atentados à democracia. A lavagem de roupa suja entre as duas maiores emissoras do país, num caso inédito de transparência no setor, revela que há muito a se apurar sobre a ditadura midiática. Ela cria a oportunidade ideal para as forças organizadas da sociedade, engajadas na luta pela democratização da comunicação, também exigirem a instalação de uma CPI para averiguar tais irregularidades. Impõe a vários parlamentares, hoje alvos da fúria midiática, uma revisão deste poder descomunal. E não faltam motivos para esta justa demanda.

A sensível questão religiosa

Liderando uma “cruzada” que reúne os jornalões Folha e Estadão e a revista Veja, a Rede Globo tem exibido para milhões de telespectadores várias denúncias contra a sua principal concorrente. Com base numa denúncia do Ministério Público de São Paulo contra Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), a TV Globo tem apresentado exaustivamente matérias que comprovariam formação de quadrilha, la vagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Willian Bonner e Fátima Bernardes, o casal-âncora do Jornal Nacional, o noticiário de maior audiência no país, não se cansa de mostrar os vínculos entre o Edir Macedo e a Rede Record.

As reportagens globais também procuram explorar a sensível questão religiosa, acusando a Iurd, que possuí 8 milhões de fiéis no Brasil e igrejas espalhadas por 174 países, de desviar dinheiro das doações para compra de imóveis suntuosos, carros importados e emissoras de rádios e TV. “Edir Macedo deu outro destino ao dinheiro doado à Igreja Universal”, acusou Fátima Bernardes no Jornal Nacional. Com várias imagens das pregações feitas nos cultos, a TV Globo insiste que “a religião é apenas um pretexto para a arrecadação de dinheiro”. Os ataques são duros e diários.

Golpismo e irregularidades

Como resposta, a TV Record tem exibido para milhões de b rasileiros inúmeros fatos irrefutáveis que só uma minoria conhecia. Aproveitando-se da vulnerabilidade política da concorrente, ela mostrou que a Rede Globo é cria da ditadura militar e que construiu seu império graças ao apoio decidido dos generais golpistas. Celso Freitas e Ana Paula Padrão, os âncoras do Jornal da Record, que já estiveram do outro lado do front, lembraram as fraudes para impedir a vitória de Leonel Brizola ao governo do Rio de Janeiro, as manobras para esvaziar a mobilização popular pelas Diretas-Já, a fabricação do “caçador de marajás” e as várias investidas para desestabilizar o governo Lula.

Mas a TV Record não ficou somente no campo da política – como a concorrente também não se limitou à discussão religiosa. Ela também apresentou inúmeras denúncias de irregularidades. Já na sua origem, o acordo misterioso com a empresa estadunidense Time-Life, numa transação que era proibida pela lei b rasileira e que rendeu milhões de dólares à TV Globo. Depois, na aquisição suspeita da TV Paulista, num negócio com documentos falsos. O ex-ministro das Comunicações, Euclides Quandt de Oliveira, também garantiu numa entrevista que a Globocabo contraiu empréstimos irregulares na Caixa Econômica Federal e no BNDES, em 1999, no valor de R$ 400 milhões. Outra bomba foi a denuncia de que a TV Globo ocupa um terreno da Secretaria de Planejamento de São Paulo, numa relação promíscua com o governo tucano de José Serra.

Apuração rigorosa das denúncias

Como se observa, as denúncias de ambos os lados são graves e exigem rigorosa apuração. Em função da “guerra nada santa” entre as duas principais emissoras de televisão do Brasil, o tema hoje está na boca do povo – o que é saudável para a democracia. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a mídia contribuiria para investigar a veracidade dos fatos. Além disso, a CPI seria uma importante alavanca para o debate sobre a urgência da democratização dos meios de comunicação no país. Afinal, as emissoras privadas usufruem de uma concessão pública. Elas não podem ficar acima das leis, da Constituição e da Justiça.

Fonte: Luiz Carlos Azenha

Hino Nacional será executado nas escolas


O Hino Nacional deverá ser executado uma vez por semana nos estabelecimentos públicos e privados de ensino fundamental. A medida consta do Projeto de Lei da Câmara 29/09, que foi aprovado em decisão terminativa, nesta terça-feira (11), pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
O relator do projeto na comissão foi o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que lembrou - durante reunião anterior da CE, quando apresentou seu voto - que sempre cantava o hino quando ia à escola, em sua infância. De acordo com o senador, o hino brasileiro "é considerado um dos mais bonitos do mundo".
O projeto acrescenta parágrafo único ao artigo 39 da Lei 5700/71, que trata dos símbolos nacionais. Segundo a lei em vigor, já são obrigatórios o canto e a interpretação da letra do Hino Nacional em todas as escolas. Não há, porém, menção à frequência de execução do hino, lacuna que o atual projeto procura preencher.
Igualmente em decisão terminativa, foram aprovados dois projetos de lei destinados a incluir novos nomes no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
O primeiro deles é o Projeto de Lei do Senado (PLS) 108/08, de autoria do senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que inscreve no livro o nome do jurista Rui Barbosa. O relator foi o senador Marco Maciel (DEM-PE).
O segundo projeto aprovado foi o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 63/09, cujo relator foi o senador Paulo Paim (PT-RS), que inscreve no mesmo livro o nome de Sepé Tiaraju, índio guarani que atuou em defesa dos habitantes das missões guaranis do Rio Grande do Sul, em meados do século XVIII.
Segurança

A comissão aprovou ainda pareceres favoráveis a dois projetos. O primeiro deles foi o PLS 91/08, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que cria a Agência Federal para a Coordenação da Segurança Escolar, com o objetivo de reduzir a violência nas salas de aula. Em seu voto favorável ao projeto, que ainda será examinado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o senador Valter Pereira (PMDB-MS), relator da proposta, disse que "não é segredo para ninguém" o clima de insegurança nas escolas. Por sua vez, o autor do projeto traçou uma comparação entre as escolas e o Senado.
- Este projeto não deveria ser necessário, mas é. Tirando as brigas no Senado, o mais complicado hoje no Brasil é pacificar as escolas - disse Cristovam, em tom de brincadeira.
O segundo projeto a receber parecer favorável foi o PLC 192/08, cuja relatora foi a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), e que confere ao município de Joinville (SC) o título de Capital Nacional dos Bombeiros Voluntários. Em seu voto favorável, Ideli recordou que Joinville conta com a mais antiga corporação de bombeiros voluntários do Brasil, fundada em 1892. O projeto foi elogiado pelo senador Gerson Camata (PMDB-ES), para quem o Brasil precisa de exemplos como o de Joinville.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Briga de cachorro grande

Na guerra entre Rede Record e Globo, ficamos sabendo que,o promotor Roberto Porto, do Mnistério Público paulista, favoreceu a Globo (o que não é nenhuma novdade). O "Repórter Record" questionou sua isenção e afirmou que Porto foi punido por beneficiar a TV Globo ao gravar escondido, uma"entrevista com Fernandinho Beira Mar, no presidio de segurança máxima.
O promotor ficou afastado do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de novembro de 2003 a abril de 2004, por causa da divulgação da gravação do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, reclamando do Regime Disciplinar Diferenciado na penitenciária de Presidente Bernardes. A entrevista foi levada ao ar pela TV Globo.
O programa Repórter Record, exibido na noite de domingo, 16, foi bombástico, porque veiculou pela primeira vez na grande mídia denúncias contra a rede Globo que eram abafadas e só circulavam nos bastidores.Ficamos sabendo também da relação íntima ente a Globo e o PSDB paulista.A Rede Globo ocupa um terreno público(doado pelos tucanos, o terreno pertencente à Secretaria de Economia de SP), que pertence ao estado d S.Paulo, mas usa o espaço como se fosse propriedade privada, restringindo o acesso de pessoas que não fazem parte da empresa. O governador José Serra e o prefeito Gilberto Kassab estão se fazendo de mortos. Ainda não deram declaração sobre o caso
A Globo da "compra" fraudulenta da Tv Paulista
O programa mostrou ainda documentos e conclusões da Justiça sobre a misteriosa compra da TV Paulista (atual Globo São Paulo), que tem a propriedade requerida na Justiça. A Globo, segundo a Record, teria fraudado documentos para justificar a compra.
Também foram mostrados casos de empréstimos contraídos pela Globo em 1999, na Caixa Econômica e no BNDES, considerados irregulares.

Mensalão tucano é que era "do bom"

O PTB oficial apoiará o candidato do PSDB à Presidência em 2010, seja ele o governador de São Paulo, José Serra, ou o de Minas Gerais, Aécio Neves. A decisão está tomada pelo presidente do partido Roberto Jefferson (segundo a revista Veja).
Jefferson ficou indignado com o governo Lula ter acabado com o "mensalão" que imperava nos governos anteriores.
O governo Lula cortou os suprimentos da corrupção, que sustentava a sobrevivência política de gente como Roberto Jefferson.
Ficou mais indignado porque o governo Lula "não controla" a Polícia Federal, e não está engavetando inquéritos.
Para políticos como Jefferson, do que adianta fazer parte da base governista, nomear para cargos, se não pode mais meter a mão no dinheiro público?
Como diz o presidente Lula: quem não quiser ser pego pela Polícia Federal, que ande na linha.
Agora Jefferson quer de volta os "bons tempos" (para ele) dos governos demo-tucanos. Sob FHC (e ainda hoje, nos governos estaduais de Serra, Aécio e Yeda) criminoso do colarinho branco "amigo" e políticos corruptos "amigos", podiam meter a mão no dinheiro público e eram "aliviados" pela Polícia Federal. Além disso a imprensa abafava.
A decisão de Jefferson faz sentido para ele. É questão de sobrevivência para uma classe de políticos como ele, os esquemas de corrupção política terem imunidade perante uma Polícia Federal atucanada como era a de FHC, e como são as polícias civis estaduais de Serra, Aécio e Yeda.

Globo x Record, nessa briga quem tem que ganhar é o povo

* Fábio Salviano Lima Xavier
No último dia 11/08/09, a Rede Globo, maior empresa de comunicação do Brasil, mirou seus canhões e abriu os microfones do jornal nacional para mostrar reportagem sobre o bispo Edir Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus, nesta reportagem, a globo mostrara como o bispo usava os fieis da igreja universal para enriquecer ilicitamente e montar outro império midiático brasileiro, a TV Record, a Globo apresentou documentos que ainda correm em segredo de justiça, no ministério público, em pleno horário nobre, com o intuito de descredibilizar sua principal concorrente e seus acionistas.
No entanto a resposta da rede Record não tardou a chegar, na quinta-feira, dia 12/08, a Record exibiu reportagem respondendo as acusações da globo e saiu na ofensiva, em sua matéria, a Record falou que a Globo é cria da ditadura militar, regime que apoiou entusiasticamente. "A história não apaga. A Globo nasceu de uma ação ilícita de um governo autoritário e antidemocrático", em referência a acordo com grupo norte-americano que injetou milhões de dólares na televisão, mesmo sendo ilegal a participação estrangeira em veículos de comunicação nacional.
Discorreu ainda sobre as interferências da emissora dos Marinho na política nacional, como no escândalo Globo/Proconsult contra a candidatura de Leonel Brizola a governador do Rio de Janeiro, em 1982; a célebre edição do debate entre Collor e Lula nas eleições de 1989, jogada decisiva para a vitória collorida; o boicote à cobertura das Diretas, as imagens do dinheiro do tal dossiê nas eleições de 2006, entre outros tantos fatos sobre a preferência da grande Rede Globo para com os opositores do governo do presidente Lula.
Este embate entre as duas principais redes de comunicação brasileira se dá em um momento de ímpar para a sociedade brasileira. Primeiro, estamos no penúltimo ano do governo do metalúrgico, e parte desta mídia atrasada, filha da ditadura, sabe que a continuidade do governo atual e o aprofundamento dos processos de saída do modelo herdado de FHC/Serra/Globo/Folha de São Paulo sepultarão toda uma geração de políticos opositores – derrotados pelas urnas e/ou pela senilidade. Daí seu desespero na luta contra o governo que conta 80% de apoio popular.
Segundo, em novembro vai acontecer no nosso país a 1º Conferência Nacional de Comunicação (Confecon) para discutir um tema de extrema relevância para a jovem democracia brasileira, a Conferência que tem como tema a Democracia e a Mídia, redefinirá o papel da mídia brasileira, na forma de difundir idéias, de promover o debate econômico, político, cultural, se ampliará o circulo de produção de opinião, de difusão de idéias, noticias e informações.
Portanto é de grande importância que não se perca o bonde sobre esta discussão que pode parecer distante e até pequena, mas que tem como pano de fundo a nossa jovem democracia, que amadurece ao ver gigantes da mídia se digladiando por fatias cada vez maiores do mercado da comunicação, ou melhor, por lucros cada vez maiores, sem a preocupação com quem está do outro lado da telinha.
Por fim, como diria o nobre sociólogo e professor Emir Sader, a mídia tradicional está em crise, quanto mais se democratiza o circulo de opiniões e informações sobre os mais variados temas, mais se fortalece a democracia e conseqüentemente enfraquece o monopólio oligárquico – em que umas poucas famílias controlavam a mídia. Por tanto parabéns a todos aqueles que de uma forma ou de outra trabalham para que as informações, sejam elas quais for, estejam à disposição da democracia, ou melhor, estejam à disposição de TODOS.
* Fábio Salviano Lima Xavier é Sociólogo.


IBOPE
A Globo fechou 2008 com um gosto amargo. A maior emissora do país viu sua audiência cair 6% de 2007 para 2008, fechando o último ano com média de 14,2 pontos, nas 24 horas do dia. Esse número está três pontos abaixo do que a Globo tinha em 2004. Desde 2006, a emissora só cai. Já a Record vem crescendo, desde 2004, cerca de um ponto por ano. Ela fechou 2008 com audiência média de 6,6 pontos, em segundo lugar. O número representa crescimento de 17% em relação ao ano anterior. Apesar de ter mantido em 2008 os mesmos 5,4 pontos de média de 2007, o SBT perdeu a segunda posição e hoje é a terceira emissora do país na medição do Ibope. A audiência no Brasil cresceu 2% no último ano. Em 2007, a média era de 35 pontos. Em 2008, o número foi para 36 pontos. As médias correspondem às 24 horas do dia.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Na extrema direita, Itamar Franco ataca Lula

Pelo caminho do partido da extrema direita, o ex-presidente Itamar Franco (PPS) está de volta ao campo político e dispara críticas para todos os lados. Os alvos principais são o Presidente Lula e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.
Em entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil, que foi ao ar no último dia 12 às 22h, Itamar disse que Lula o decepcionou por ter se transformado em um homem “soberbo”.
Durante o primeiro mandato de Lula, Itamar chegou a ser embaixador do Brasil na Itália. O afastamento de Lula, segundo ele, ocorreu depois que deixou o cargo.
“Durante o meu período de embaixador, tenho certeza que cumpri com minhas obrigações. Podia enumerá-las aqui. Mas quando voltei, soube que o presidente não fazia uma boa imagem da minha pessoa. Então fui me afastando”, revelou.
Outro alvo é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que foi seu ministro da Fazenda e sucessor. “Quando lançamos o Plano Real, em julho de 1994, nós sabíamos e ele também sabia que o plano, já em 1995, teria que ter a reforma fiscal e tributária. No entanto, ele começou logo a cuidar de sua reeleição”, disse.
A decepção com FHC, segundo ele, teria ocorrido na escolha do candidato a vice-presidente nas eleições de 1994. Itamar o defendia o então governador de Minas Gerais, Hélio Garcia. Mas o escolhido foi Marco Maciel.
“Pedi a ele [Garcia] que fosse a Brasília conversar comigo e estaria presente o senhor Fernando Henrique Cardoso e o meu líder Simon [o senador Pedro Simon (PMDB-RS)]. O governador Hélio Garcia não sabia do porquê do convite. Fernando Henrique chegou à reunião e disse: ´Não, eu já escolhi o vice´. Mas sem avisar? Sem conversar?”, protestou o ex-presidente.
Itamar também critica o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Para ele, Sarney errou ao procurar a ajuda do Presidente Lula durante a crise política. “O presidente do Congresso Nacional não tem que procurar o chefe do Executivo para resolver as questões internas do parlamento. Ele procurou”, disse Itamar.
A foto acima de Lilian e Itamar foi o maior mico de carnaval, quando o então Presidente da República Itamar Franco estava no camarote da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, e Lilian Ramos assim que terminou o desfile, tirou a pouca fantasia que usou, vestiu só uma camiseta e foi cumprimentar o presidente. Acabou dançando, abraçando a personalidade e mostrou mais do que deveria, fazendo a festa dos fotógrafos. Hoje, ela vive na Itália, onde realiza trabalhos na televisão local e Itamar vive amuado servindo Aécio e a direita.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sindicato dos Sociólogos protesta contra prêmio concedido a FHC

Há oito anos, o sociólogo e então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, vetou a lei que incluía Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias na grade curricular do Ensino Médio no Brasil. Ao que parece, a Sociedade Brasileira de Sociologia se esqueceu da desastrosa medida ao conceder a FHC o Prêmio Florestan Fernandes — o que causou revolta do Sinsesp (Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo).
“O Sinsesp considera a outorga do prêmio ao ex-presidente e sociólogo um ultraje à memória de Florestan Fernandes e a própria história da entidade científica”, registrou o sindicato, em nota. Der acordo com o texto, “tal gesto parece representar uma expressão intolerável de reabilitação de um sociólogo que brindou a sociedade brasileira com o famoso ‘esqueçam o que escrevi’”.
O sindicato também chama “a comunidade científica e os sociólogos” a repudiarem a premiação com que FHC foi agraciado. A nota constitui uma “manifestação de repúdio ao homem político insensível que renegou a Sociologia ao qualificar, na época, o projeto de Sociologia no Ensino Médio como ‘contrário ao interesse público’”.
Veja AQUI no Vermelho a íntegra da nota do Sinsesp

Assim não dá Lula!

Depois de encaminhar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 4573/08 que aumenta mais ainda a repressão sobre as rádios comunitárias, o presidente Lula encaminhou ao Congresso o processo para aprovação de uma concessão de rádio FM para a família de Renan Calheiros, líder do PMDB e um dos comandantes da tropa de choque para a manutenção de José Sarney na presidência da Casa.
A concessão, em nome da empresa JR Radiodifusão, é para o município de Água Branca, uma cidade de 20 mil habitantes no sertão de Alagoas. Lula enviou a mensagem ao Congresso na sexta-feira, um dia após violento bate-boca, no plenário, entre Renan e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Renan nega ter influenciado a tramitação.
O senador não figura como acionista da JR Radiodifusão, mas, sim, seu filho, José Renan Calheiros Filho, prefeito de Murici (AL). O principal acionista, Carlos Ricardo Santa Ritta, é assessor de Calheiros no Senado. Outro acionista, Ildefonso Tito Uchoa, também foi seu assessor no Senado.
Por causa da JR Radiodifusão, o mandato de Renan esteve em risco, em 2007. Ele foi acusado de ser dono da empresa por meio de laranjas e de quebra de decoro parlamentar. Sofreu processo no Conselho de Ética, mas foi absolvido pelo plenário do Senado.
“Assim não pode, assim não dá...”
Portanto... cuidado Lula, porque Marina vem aí.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Velho Chico está chegando no Ceará.

Este texto é do Dep. Estadual WELINGTON LANDIM (PSB/CE), publicado no Diário do Nordeste:

(...) está prestes a ser tornar realidade o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco.

Um sonho de 182 anos, que começou com o intendente do Crato, Porbem de Souza, está prestes a ser tornar realidade: o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco.

O que poucos desacreditavam, fui constatar, “in locum”, no Cariri, o início das obras nos sertões do município cearense de Mauriti, onde as máquinas já estão sendo movimentadas por 240 operários contratados na própria região. Esta é uma grande notícia para 12 milhões de nordestinos. O agora chamado Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) tem uma extensão de 720 Km, entre canais, túneis, aquedutos, galerias, bueiros, usinas hidroelétricas – UHE, estações de bombeamento, área de irrigação, tomada d´água e pontes.

São obras que compõem este magnífico projeto, afora as obras complementares, que beneficiarão, diretamente, as populações mais carentes no setor de agroindústria, como a construção de vilas produtivas rurais.

Hoje, o contingente de operários dos eixos Leste e Norte já ultrapassou os 6.500 trabalhando inclusiva à noite, mas a própria ministra de Casa Civil, Dilma Rousseff, já anunciou que até o final deste ano serão 15 mil operários, numa prova eloquente da firme decisão política do governo federal em concluir a tão sonhada transposição de águas.

O canal do Eixo Norte terá uma extensão de 426 km, beneficiando quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, passando por 21 municípios. São 29 empresas envolvidas nas obras que já estão bastante adiantadas, inclusive, o término do Eixo Leste, compreendendo parte de Pernambuco, da Paraíba e todo o lote A do Eixo Norte no Ceará, programados para serem concluídos em 2010.

A obra está orçada em torno de R$ 5 bilhões, dos quais já estão assegurados R$ 1,2 bilhão do Orçamento Geral da União (OGU) de 2008 e outros R$ 800 milhões do OGU de 2009. Para a realização das obras do Projeto São Francisco serão implantados 36 Programas Básicos Ambientais (PBAs), que visam a eliminação, minimização e controle dos impactos ambientais provocados pela implantação e operação do empreendimento.

O Eixo de Integração Orós-Feiticeiro, no Ceará, já foi concluído. No primeiro semestre de 2009, serão finalizados o Sistema de Abastecimento de Palmeira dos Índios, no Estado de Alagoas; os trechos 2 e 3 do Eixo de Integração Castanhão, no Ceará; a Adutora Capivara (PB); a Barragem Piaus (PI); e o Perímetro de Irrigação Marituba (AL).

Por outro lado, há o Programa de Revitalização do Rio São Francisco e Parnaíba. Na área de recuperação e controle de processos erosivos, foram finalizadas 337 cisternas calçadão, nos Estados da Bahia, Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Sergipe e 286 bacias de contenção em Pernambuco. Em novembro do ano passado, foi concluída a dragagem dos passos críticos Curralinho I e II (41 mil m3) para melhorar a navegação do rio São Francisco.

Foram concluídas as obras de recuperação da Barragem de Cacimba Velha-Petrolina (PE) em outubro de 2008 e as 1ªs etapas das obras para a implantação de três Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aqüicultura dos seis previstos nos Estados de Alagoas, Pernambuco e Bahia em dezembro de 2008. Em Sergipe, foram executados 20% da primeira etapa da obra para a implantação de um Centro Integrado de Recurso Pesqueiro e Aqüicultura.

As obras de desassoreamento do rio Gorutuba-Janaúba /Nova Porteirinha, em Minas Gerais, foram executadas em 60%.

Para finalizar, citamos frase do presidente Lula na última visita feita ao município de Missão Velha: Só é contra esta obra quem nunca carregou um pote com água na cabeça. Como seria bom que esta gente que vive fazendo política, greve de fome, viesse conversar com o matuto do Nordeste para ver a água que ele bebe. Enquanto isso, noutras regiões, tem gente que lava carros e cavalos com água potável”. Foi aplaudido pelos verdadeiros comprometidos com o Nordeste.

sábado, 8 de agosto de 2009

Ensino abaixo da média

O Brasil atingiu o objetivo de pôr todas as crianças de 7 a 14 anos na escola, mas ainda está com fraco desempenho em vários aspectos, tanto em termos quantitativos como qualitativos

Por Cristian Klein, para o Valor

Criança na escola: taxa de retorno da educação no Brasil é de 15% por ano de estudo, elevada se comparada a aplicações financeiras


Um aluno desleixado, desinteressado pelos estudos, que não fazia seu dever de casa e vivia repetindo o ano, hoje se transformou em um estudante atento, esforçado, que corre para recuperar o tempo perdido. Essa é a imagem do Brasil que aparece no minucioso raio X da situação do ensino médio e fundamental revelada pelo livro "Educação Básica no Brasil". O volume, que será lançado na segunda-feira pela editora Campus/Elsevier, reúne uma série de levantamentos e pesquisas que procuram jogar luz sobre os diferentes nós do problema educacional brasileiro. A análise, feita majoritariamente por economistas, entre eles o Prêmio Nobel James Heckman, trata de um caleidoscópio de questões que vão desde a difícil criação de um sistema de incentivos e punições para escolas, diretores e professores, passa pelo impacto da educação sobre a renda, a desigualdade e a violência e chega às experiências inovadoras que estão sendo realizadas no Brasil e no mundo.

Há boas e más notícias.
O lado bom é que, pela primeira vez o Brasil - depois de vencida a hiperinflação nos anos 1990 e tendo atacado a desigualdade na distribuição de renda nesta década - se beneficia de um programa claro de combate ao enorme passivo educacional que emperra seu desenvolvimento. Enfim, uma política pública que começou há 15 anos, na administração de Fernando Henrique Cardoso, e foi continuada e aperfeiçoada pelo governo Lula, com a criação de um fundo específico para a área (o Fundef, depois substituído pelo Fundeb), de programas de incentivo à frequência escolar (o Bolsa Escola, seguido pelo Bolsa Família) e de mecanismos de avaliação e de responsabilização (como o Saeb, o Enem e o Ideb).

A má notícia é que os resultados ainda não são animadores, principalmente quando comparados com outros países. Apesar de alguns avanços no período, quando foi atingido o objetivo de pôr todas as crianças de 7 a 14 anos na escola, o Brasil ainda está mal em vários aspectos, tanto em termos quantitativos como qualitativos.

Exemplo: enquanto aqui só 30% da população entre 25 e 64 anos completou o ensino médio, chega-se a 88% nos Estados Unidos e na Rússia. Os indicadores de qualidade são ainda mais preocupantes. A classificação do Brasil no último teste do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) - que, em 2006, mediu o conhecimento de estudantes de 15 anos de 57 países - foi 54º lugar em matemática, 52º em ciências e 49º em leitura. Esse desempenho, muito baixo em termos absolutos, também é inferior à posição que se esperaria de um país com nível de renda per capita equivalente ao brasileiro....


Veja a matéria completa AQUI no Valor Online

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Crise no Senado prejudica Dilma Rousseff

A ânsia de Lula em viabilizar sua candidata à Presidência da República o levou aos braços de Collor, Renan e Sarney
Se o Brasil já fosse sério, Paulo Duque (PMDB-RJ), segundo suplente de Sérgio Cabral, que nunca teve um voto, não seria o presidente da Comissão de Ética do Senado.
Se o Brasil já fosse sério, claro, José Sarney não seria o presidente do Senado.
Os profissionais da esculhambação do Brasil estão preocupados e disparam suas armas. Percebem que a revolta contra Sarney é uma revolta contra eles todos. Uma revolta contra o lado PMDB do brasileiro. Contra a impunidade. Contra esse sistema político cada vez mais podre e insuportável.
Sarney foi presidente, governador, deve ter a mais extensa ficha da política brasileira e um dos maiores patrimônios. O movimento contra (o que) Sarney (representa) pode até ser derrotado no Senado, mas leva uma vitória ao país: a indignação cresce, a internet a difunde e mobiliza. Esse arranjo político é tão velho e anacrônico que seu fim se impõe.
O governo Lula é o seu auge. Quando a esquerda virou direita, seduzida pelo dinheiro e pelo poder, nessa ordem. A renancalheirização final da política.
A ânsia lulista em viabilizar sua candidata e ter carta branca no final do mandato o levou aos braços de Collor, Renan e Sarney. Lula peemedebou. E pode arrastar o PT a um abraço de afogado.
Em 2010, o eleitor terá a primeira oportunidade de se manifestar sobre o Sarneygate e tudo o que ele representa. Alguns petistas já se assustam, especialmente em São Paulo.
Em 2006, o Brasil tinha cerca de 35 milhões de usuários de internet. Em 2008, 54 milhões. Em 2010, devem ser já metade do eleitorado. E mesmo com a nova lei eleitoral que quase a amordaçou, a web terá efeitos extraordinários e ainda desconhecidos nas próximas eleições (a vitória de Obama não deixa dúvidas).
Assim, o Sarneygate animou e energizou a furibunda oposição. Pesquisas estariam mostrando estagnação de Dilma Rousseff. Serra já não teria dúvidas. Nos Estados, petistas terão de explicar o silêncio sobre (o que) Sarney (representa).
Ironicamente, Sarney no cargo, apoiado por Paulo Duque, Renan Calheiros, Fernando Collor e Lula, deve ser melhor para a oposição do que ele deposto.
Não que a oposição seja melhor. As práticas eram as mesmas no governo anterior. O problema não é do governo, é do regime.
Serão mudanças enormes, talvez distantes, mas o ataque ao oligarca maranhense é um passo nessa estrada.

Chico Anysio desabafa e critica diretores da Globo

Nem mesmo a participação em "Caminho das Índias" deixou Chico Anysio menos magoado com a Globo. Em seu blog, na quarta-feira, o artista fez duras críticas à emissora, especialmente sobre a "jovialidade" dos atores.
"O elenco da novela é gigantesco, mas eu contraceno sempre com os mesmos. E, assim sendo, há pessoas que eu nunca vejo, como a [Letícia] Sabatella, a Laura Cardoso. Tem pelo menos uns 15 cujo nome eu nem sei, porque a Globo está cheia de jovens", disse.
Segundo Chico, a "culpa" disso é de Daniel Filho (na foto acima com o humorista). "Quando [Daniel Filho] ocupou por algum tempo o lugar do Boni, ele disse: 'A Globo precisa se juvenilizar'. Levaram o Daniel a sério e isso tem sido uma tortura para quem tem mais de 50 anos. Por causa disso, o Marcos Palmeira já fez papel de avô numa novela. O que, aliás, o irritou a ponto de ele sair da Globo e ir para a HBO fazer 'Mandrake'", afirmou.
O desabafo não parou aí. Chico Anysio criticou a escalação dos elencos nas novelas. "Quem escala a novela é o autor ou o Manoel Martins [Diretor Geral de Entretenimento]? Ou será o autor através do que está sobrando na relação de nomes do Manoel? Voto na segunda hipótese", declarou.
O humorista ainda jogou farpas para dois diretores da Globo: Jorge Fernando e Wolf Maya. "Eu me pergunto porque me chamam de nepotista por ter três filhos trabalhando – dois como atores e um na direção de TV. Que nome se dá ao Jorge Fernando? Mamatista? Porra. Escalar a mãe é uma dose um pouco forte sob o meu ponto de vista", disse.
"A panela do Wolf é uma parada federal, porque ele está no seu elenco. Entende? Ele pega a novela, lê, olha bem e escolhe um papel para ele próprio interpretar. Não acho que ele faça mal, que não seja um grande ator, mas é uma covardia por exemplo com o José Mayer, o Humberto Martins e outros no mesmo nível e idades semelhantes. Isto não devia ser permitido, a não ser que ele entrasse para fazer papel de Wolf Maya, o que seria fácil de conseguir: bastava um telefonema para o autor", completou.
Notícias MSN

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Fim do monopólio pode extinguir os Correios

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse ontem (4) que, se os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirem que os Correios não têm direito ao monopólio da entrega de encomendas, a estatal poderá ser extinta. Ele fez um apelo aos ministros para que a questão seja vista “de uma forma especial” durante o julgamento, que será retomado hoje (5).
“Se os Correios perderem esse direito, estamos próximos a um desastre. São milhares de funcionários que serão demitidos, centenas de serviços paralisados, centenas de agências fechadas. Os Correios não sobrevivem, estão quase a ser extintos com essa decisão”, disse o ministro.
Costa explicou que atualmente é o serviço de entrega de encomendas que possibilita que os Correios possam realizar o serviço de entrega de cartas no interior do país, que não tem lucratividade. “Será que as empresas particulares vão fazer isso, sem dar lucro? A questão do monopólio é essa, uma coisa compensa a outra, como se fosse um subsídio cruzado. A empresa tem o direito de explorar o serviço nas grandes cidades e fica com a obrigação de levar o serviço a todo o resto do Brasil”, avaliou.
Na última segunda-feira (3), o STF adiou a decisão final sobre o monopólio dos Correios nos serviços postais. A questão está sendo discutida por meio de uma ação da Associação Brasileira de Empresas de Distribuição (Abraed), que questiona a constitucionalidade da lei que regulamenta esse tipo de serviço no país. Hélio Costa participou ontem da cerimônia de assinatura da consignação de canais de TV digital para emissoras de Belém.
Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Supremo adia decisão sobre monopólio

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou a decisão final sobre o monopólio dos Correios nos serviços postais, discutido por meio de uma ação da Associação Brasileira de Empresas de Distribuição (Abraed) que questiona a constitucionalidade da lei que regulamenta esse tipo de serviço no país.
O plenário ficou dividido na retomada do julgamento – iniciado em 2005 – e o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, preferiu aguardar a presença do vice-presidente, ministro Cezar Peluso, ausente na sessão de ontem, para proclamar o resultado. Em relação às cartas, todos, com exceção do ministro Marco Aurélio, concordaram com o monopólio estatal. Entretanto, houve empate em relação à concepção dos ministros sobre o serviço de encomendas expressas. Cinco ministros – Eros Grau, Joaquim Barbosa, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Cármen Lúcia – julgaram que o serviço postal deve ser mantido exclusivamente pela União. Quatro ministros – Gilmar Mendes, Ayres Britto, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello – votaram pela manutenção de parte dos serviços sob exclusividade estatal e pela privatização de outros, como o das encomendas expressas. O relator da ação, ministro Marco Aurélio, foi o único favorável à privatização geral do serviço postal. A Abraed defende a restrição do monopólio somente às cartas. Já o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Carlos Henrique Custódio, ressalta que, se não houver monopólio na entrega de encomendas, a estatal não terá condições de sustentabilidade. Os profissionais que trabalham na entrega de documentos nos serviços público e privado temem perder empregos a depender da decisão do STF. A Associação Nacional dos Entregadores de Pequenas Encomendas e Impressos (Anepei) promoveu ontem manifestação em São Paulo para chamar a atenção para a retomada do julgamento. Um grupo de 200 pessoas mostrou o temor da categoria em perder os empregos caso o STF decida pela exclusividade de atuação dos Correios. Em Brasília, cerca de 150 funcionários dos Correios fizeram protesto pela confirmação do monopólio em frente ao STF. Para eles, qualquer decisão em sentido contrário poderia acarretar demissões.
“A consequência pode ser a perda de vários empregos dos Correios. Manter o monopólio postal, além de garantir os empregos, garante a qualidade do serviço prestado pelos Correios”, diz Sandra Martins, secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Goiás. “Hoje, existem 53 mil carteiros trabalhando em todo o Brasil. O número ainda é insuficiente, mas com certeza os Correios ter o que abrir concurso”.

Quem é Collor para mandar Simon digerir o que disse?

Senador de Alagoas reforça tropa de choque do presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP) e, em tom agressivo, pede que colega gaúcho “digira e faça o uso que julgar conveniente” das palavras ditas na tribuna.
Debate em torno da crise aumentou a temperatura da primeira sessão depois do recesso.
Tudo começou quando Simon, mais uma vez, voltou a sugerir o afastamento de Sarney frente às inúmeras denúncias que o acometem – do uso da estrutura do Senado, passando pelo desvio de dinheiro por meio de patrocínio da Petrobras à Fundação José Sarney, até a participação do senador na emissão de atos administrativos secretos. “Vossa excelência não tem condições de levar adiante as reformas que precisam ser feitas [no Senado]”, disse Simon, dirigindo-se a Sarney, que estava em seu gabinete no momento do discurso.
Diante da disposição do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em se manter no comando do Senado, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Renan Calheiros (AL), líder do PMDB na Casa, protagonizaram um bate-boca que aumentou a temperatura da sessão não deliberativa pós recesso desta tarde. Citado na conversa, o ex-presidente da República e agora senador por Alagoas, Fernando Collor de Mello (PTB), pediu um aparte para reagir de forma veemente contra Simon.
“São palavras em relação a mim e às minhas relações políticas. São palavras que eu não aceito, e que quero o senhor as engula e as digira como julgar conveniente. As minhas relações são conhecidas e das quais em algum momento me arrependi”, disse Collor, olhando fixamente para Simon, que ocupava a tribuna. No calor da discussão, Collor radicalizou: “Eu lhe peço, encarecidamente, que, antes de citar o meu nome desta tribuna, engula, digira, e faça dela [a palavra] o uso que julgar conveniente. Da próxima vez que o senhor pronunciar meu nome nesta Casa, vou ser obrigado a relembrar alguns fatos, alguns momentos talvez extremamente incômodos para vossa excelência.”
Quem é Fernando Collor para mandar Pedro Simon digerir o que disse?
Escurraçado do governo quando era presidente não sendo cassado porque renunciou antes ao cargo, pilhado em ações nebulosas de caixa dois dentro do governo e (i) responsável pelo confisco da poupança que levou alguns brasileiros ao suicídio, Fernando Collor de Melo não tem moral para mandar o ínclito senador gaúcho engolir o que disse.
O que Simon afirmou na tribuna do Senado não é nenhuma inverdade. A certa altura de sua fala, Simon se dirigiu a Renan e lembrou os momentos que antecederam o governo Collor, na ocasião em que uma suposta reunião trataria de sua candidatura. “Vossa excelência foi lá para a China fazer um acordo com o [então] Fernando Collor, e, antes de Collor ser afastado, vossa excelência o largou”, bradou Simon, em menção ao impeachment sofrido por Collor em 1992. “E lá pelas tantas apareceu de ministro da Justiça de Fernando Henrique. E lá pelas tentas largou o Fernando Henrique. E agora é homem de confiança do presidente Lula”, arrematou.
Ora,ora,ora. Renan, Collor, Sarney são tudo farinha do mesmo saco. O pior é que Lula está acompanhado desse pessoal. Collor querer dar uma de moralista pra cima de Simon na defesa de seu colega Renan Calheiros é brincadeira. É querer zombar da inteligência da gente. É querer fazer pensar que agora, depois de oito anos sem mandato virou um político moralista e ético. Tenha santa paciência. O senador Jarbas Vasconcelos tem razão. Ele não viu em nenhum momento da discussão nenhum senador sair em defesa de Simon. Apenas na defesa de Renan Calheiros e de José Sarney. Este é o Senado que merecemos!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pedro Simom afirma que só sai do PMDB se for exluso

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que só deixa a legenda se for expulso. A declaração é uma resposta à nota divulgada pelo partido, que pediu aos parlamentares que cirticam o PMDB, que deixem a base (veja aqui).
No texto, não há citação dos políticos que devem abandonar o partido, mas o gaúcho se sentiu um dos alvos do documento. "Há tempos eles querem a minha saída. Eles gostariam muito que eu saísse. Vou ficar defendendo a memória do velho Movimento Democrático Brasileiro", contou.
Simon é um dos peemedebistas que usou a tribuna do plenário para pedir, no último dia 14 de julho, a renúncia do colega e presidente da Casa, José Sarney do cargo exercido. Ele promete repetir o discurso amanhã, quando os trabalhos no Senado recomeçam depois de 17 dias de recesso parlamentar.
Além de Simon, outro membro da legenda que defende a saída de Sarney e alega que o PMDB tem se envolvido em corrpução é Jarbas Vasconcellos (PE).
Na nota do partido, o presidente licenciado Michel Temer, e a presidente em exercício Íris de Araújo (GO) afirma que "o PMDB acata com humildade o descontentamento de alguns poucos integrantes que perderam espaço político e apostaram na fama efêmera oriunda de acusações vazias. E faz isso porque acredita piamente na democracia. A estes, o recado: podem deixar a legenda o quanto antes sem risco algum de perder o mandato. Ganharão eles, porque deixarão de pertencer ao partido do qual falam tão mal, e ganhará o PMDB, por tornar-se ainda mais coeso e musculoso”.
Com informações do G1.